Anvisa proíbe uso de mais um agroquímico

O modo de ação do Carbofurano afeta espécies não-alvo, entre elas os seres humanos

Fonte: Ascom/Anvisa

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Dicol/Anvisa) finalizou a reavaliação toxicológica do Carbofurano nesta terça, dia 10. A deliberação é pelo banimento do produto. Publicada a resolução, ficam proibidos imediatamente todos os usos, exceto para as culturas de banana, café e cana-de-açúcar, que terão um período de descontinuação de seis meses. Para isso, a produção, importação e comercialização de produtos à base do ingrediente ativo ficam proibidas após três meses, contados da data de publicação.

O Carbofurano é inseticida, cupinicida, acaricida e nematicida com uso agrícola para aplicação em diversas hortaliças, frutas e grãos. O modo de ação afeta também espécies não-alvo, incluindo os seres humanos.

Após todas as análises realizadas, a Anvisa concluiu que “o uso regular de Carbofurano resulta em níveis de resíduos em alimentos – e principalmente na água – que representam risco dietético agudo à população brasileira, de efeitos neurotóxicos, e tem potencial de causar toxicidade para o desenvolvimento de seres humanos nas condições reais de exposição, que incluem efeitos teratogênicos funcionais e comportamentais”. Essas características se enquadram nos critérios proibitivos de registro da Lei 7802 de 1989, conhecida como a Lei dos Agrotóxicos, além da Lei 9782 de 1999, de criação da entidade.

Destaca-se que o risco inaceitável do Carbofurano à saúde da população a partir da exposição pela alimentação e pela água também foi o motivo da proibição desse ingrediente ativo no Canadá, nos Estados Unidos e na Europa, entre outros países. Portanto, a sugestão de proibição do uso no Brasil está alinhada às conclusões das agências reguladoras mundiais.