Após intoxicação por agrotóxico, escola em Goiás permanece fechada

Dos 45 intoxicados, quatro estudantes ainda estão em observaçãoA Escola Municipal Rural de Ensino Fundamental (EMREF) São José do Pontal, atingida por agrotóxico proveniente de um avião de pulverização agrícola da empresa Aerotex na última sexta, dia 3, pode permanecer fechada por até cinco dias. A determinação partiu do delegado regional, Danilo Fabiano que pediu a dispensa dos cerca de 200 estudantes para que investigações possam ser feitas na unidade e também devido à possibilidade de ainda haver veneno no local.

A EMREF São José do Pontal está situada no Assentamento Pontal dos Buritis a 106 quilômetros de Rio Verde (GO) e a cerca de 60 de Montividiu (GO). Segundo o portal de notícias G1, 122 alunos estavam na escola no momento em que o piloto da empresa aérea Aerotex Aviação Agrícola LTDA despejou acidentalmente o inseticida egeo pleno.

Foram intoxicadas pelo agrotóxico 45 pessoas, sendo 38 alunos e sete professores. Logo após o incidente, a instituição de ensino solicitou o atendimento imediato do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros. Os alunos e educadores foram encaminhados ao Hospital Municipal de Montividiu (GO) com sintomas como tontura, dores de cabeça, vômito, formigamento nos braços e coceira. Eles receberam medicação e muitos foram liberados ainda na última sexta.
 
Posteriormente, a Secretaria Estadual de Goiás (SES) determinou que todas as pessoas intoxicadas, mesmo as que já haviam recebido alta hospitalar, passassem a noite em observação. Em parceria, as Prefeituras de Rio Verde e Montividiu disponibilizaram transporte para que os pacientes e familiares retornassem a Rio Verde (GO).
 
Uma estrutura foi montada na Escola Municipal de Ensino Fundamental Adelor Quintiliano para auxiliar no atendimento das pessoas intoxicadas devido à proximidade ao Hospital Municipal de Rio Verde.
 
Nesta segunda, dia 6, uma professora que estava internada no Hospital Presbiteriano Dr. Gordon recebeu alta, uma aluna segue internada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do município e quatro estudantes estão em observação em um hotel de Montividiu. A SES alerta que, em caso de sintomas tardios como dor de cabeça, coceira e vômito, devem procurar auxílio médico.

O veneno que intoxicou as pessoas na escola, egeo pleno, só pode ser aplicado via terrestre, segundo as leis ambientais e de utilização de agrotóxico. O piloto da aeronave, um funcionário e o dono da empresa de aviação devem ser responsabilizados por não terem tomado as precauções necessárias à utilização do produto e por colocarem em risco as crianças e servidores da escola. Os acusados, que estavam presos desde a última sexta, foram liberados nesta segunda por decisão da Justiça mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 25 mil.

Assim que forem concluídas as investigações, uma limpeza será feita na escola para que as aulas possam ser retomadas e ficará a cargo do Corpo de Bombeiros a realização de uma vistoria na unidade. No decorrer da semana todas as pessoas que foram intoxicadas voltarão à cidade para realização de exames laboratoriais.