Áreas plantadas de soja e algodão devem aumentar na safra 2017/2018

Já para o milho, a consultoria estima uma queda de 13%, em relação à safra passada

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

A consultoria Céleres liberou o 2ª Acompanhamento da Safra 2017/2018, que aponta um crescimento nas áreas plantadas de soja e algodão, enquanto que a de milho pode cair 13%. Confira as principais informações:

Soja
De acordo com informações da consultoria Céleres, a área de soja que será semeada nos próximos meses pode chegar a 34,5 milhões de hectares, aumento de 1,9% em relação à safra passada. 

Parte desta elevação se deve à migração de áreas, sobretudo na região Sudeste e Sul do país, uma vez que sua margem operacional, mesmo apresentado piora, ainda é melhor do que culturas concorrentes, como o milho verão.

Além disso, os preços para o contrato de março do ano que vem estão em níveis remuneradores melhores, motivando avanços maiores na área plantada.

No entanto, a consultoria alerta que há uma expectativa considerável de apreciação do Real para o restante de 2017 e 2018, o que, considerando a trajetória baixista dos preços internacionais, poderá propiciar preços ainda menores no ciclo atual.

“Devemos caminhar para uma nova safra de preços internos baixos, aumentando a preocupação com o planejamento, sobretudo, para as áreas com baixa produtividade”, declara a Céleres em informativo. 

Milho
Em função dos baixos preços observados atualmente, os produtores se mostram bastante desestimulados com o plantio do cereal na primeira safra. A consultoria estima uma queda de 13% na área plantada, em relação à safra passada – ficando em 5,6 milhões de hectares. No entanto, uma queda ainda mais forte da área de milho verão não está descartada.

Para a temporada 2017/2018, com a oferta nacional elevada e preços bastante competitivos internacionalmente, os Brasil exportou 5,2 milhões de toneladas em agosto de 2017, maior volume registrado na série histórica para o período.

A projeção é que o país ainda embarque cerca de 19 milhões de toneladas até o final do ano, aproximadamente 4,8 milhões de toneladas por mês, o que pode ser esperado se mantivermos a média de embarques do último mês.

“Nos últimos dez anos, o pico histórico das exportações do cereal sempre ocorreu após o mês de agosto e que somente nos primeiros cinco dias de setembro, já foi embarcado 1,5 milhão de toneladas”, explica a consultoria.

Se mantidos os altos volumes de embarques até fevereiro de 2018 – como é esperada, a forte queda na produção da safra de verão atual deverá colocar os preços internos em patamares mais elevados que os atuais e dependentes do milho da segunda safra, assim como aconteceu em 2015.

Algodão
No segundo acompanhamento da Safra 2017/18, a estimava é de aumento de 12% na área plantada com algodão no país, totalizando 1,04 milhão de hectares na próxima safra.

No mercado interno, a finalização da colheita no Mato Grosso e na Bahia aumentou a disponibilidade da pluma para exportação, o que fez o mercado fluir melhor, diferentemente do primeiro semestre.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, as exportações nos sete primeiros meses de 2017 totalizaram 170,4 mil toneladas, 54% menor que no ano passado.

Por sua vez, os embarques, somente em agosto de 2017, foram de 68 mil toneladas, cerca de 20% maior na comparação com o mesmo período de 2016.