Banco do Brasil alerta para risco de crédito limitado no Plano Safra 2016/2017

Em almoço com ministro da Agricultura, vice-presidente do banco mostrou preocupação com queda em aplicações de caderneta de poupança, que ajudam a financiar o programa 

Fonte: Marcos Santos/USP Imagens

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu nesta terça-feira, dia 28, em almoço com o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Dias, juros entre 8,5% e 12,75% ao ano para créditos subsidiados no Plano Safra 2016/2017 e ainda a proposta de taxas móveis de financiamento a investimentos de longo prazo no setor. Segundo a assessoria do ministro, Maggi foi alertado por Dias sobre a preocupação do banco em conseguir mais recursos para garantir o Plano Safra diante da queda nas aplicações em caderneta de poupança.

O Plano Safra 2016/2017 ofertará para a safra R$ 202,88 bilhões, sendo que 91% dos recursos destinados ao financiamento rural são provenientes da poupança ou de depósitos à vista. Com a crise econômica e a inflação em alta, o investimento em poupança tem caído e pode limitar os recursos da instituição financeira, relatou Dias a Maggi.

Já as taxas de juros da safra iniciada oficialmente a partir de sexta-feira, dia 1º, apesar de anunciadas em abril pela ex-ministra Kátia Abreu, ainda dependem de portarias do governo federal, assim como preços mínimos agrícolas e recursos destinados ao seguro rural. “Com a inflação no patamar que ela se encontra os juros não são tão elevados”, informou o ministro por meio da assessoria. Os juros com recursos controlados da safra passada ficaram entre 7% e 10,5% ao ano.

No encontro, Maggi defendeu ainda a proposta de se criar uma escala móvel para juros de financiamentos de investimentos de longo prazo, como a aquisição de máquinas e equipamentos e em logística de armazenagem, por exemplo. Segundo o ministro, a ideia é corrigir os contratos pela inflação e mais uma taxa variável. Assim, caso haja queda na inflação, os custos de financiamento seriam reduzidos. 

“Essa taxa no valor atual no longo prazo pode ser uma grande armadilha para o produtor”, informou.