CAR: Governo responsabiliza Estados por orientação aos produtores rurais para adesão

Produtores do interior de São Paulo afirmam desconhecer Cadastro Ambiental RuralDiante da lenta adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) responsabiliza os Estados pela orientação sobre o novo Código Florestal e suas exigências aos produtores rurais.

No interior de São Paulo, produtores dizem desconhecer o que é o CAR. Wilson Sedana planta hortaliças e afirma que nunca ouviu falar sobre o Cadastro. A propriedade, que fica em Campinas, no interior de São Paulo, faz parte dos 90% de imóveis rurais que ainda estão fora do CAR. 

– Não fui informado de nada, não sei de nada e tenho certeza que outros produtores não sabem também. É bom estar atualizado para poder conseguir financiamento, vou procurar me informar no Sindicato Rural, ver o que precisa ser feito – diz o produtor.

Segundo o Ministério da Agricultura (Mapa), até outubro deste ano, pouco mais de 500 imóveis haviam sido registrados no Sicar, o sistema nacional que recebe do agricultor as informações para o registro. O prazo está na metade.

– Acho que isso é natural do processo. Conhecer a ferramenta, adotar a ferramenta. A ferramenta passa essa visão de que ela é amigável, e que ela veio trazer muito mais solução do que restrição. Acho que é um tempo de maturação, que está dentro da curva prevista – fala o diretor de Fomento do Serviço Florestal Brasileiro, do MMA, Raimundo Deusdará.

Sobre a falta de informação, o governo rebate que o Cadastro acontece nos Estados e que por isso é obrigação de cada um, orientar os produtores rurais.

– O que nós União, Ministério do Meio Ambiente estamos fazendo é desenvolver ferramentas para colocar à disposição dos Estados. Então, alguns Estados foram mais agressivos nas suas comunicações, no processo de comunicação do Cadastro Ambiental. Outros menos agressivos – conclui Deusdará.

Para as entidades ambientais, existe complexidade sobre o Código Florestal, o que impede o avanço dos registros no CAR.

– A gente precisa que a legislação seja efetivamente implementada, com clareza e com eficiência. Qualquer pessoa que quer investir no campo precisa saber quais são as regras do jogo – afirma Jean Timmers, superintendente de Políticas Públicas da WWF.