Carga tributária prejudica mercado de suco de laranja, afirma CitrusBR

Associação fez um levantamento sobre o cenário da produção de suco de laranja no país e pede a desoneração do produtoA Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) divulgou, nesta semana, um panorama da produção brasileira de laranja para suco. A tendência é que o estoque do produto continue alto. Um dado preocupante é que o suco de laranja nacional é um dos que possui a maior carga tributária do mundo.

Dados da CitrusBR apontam que uma caixa de laranja de 40,8 kg e que faz 20 litros de suco recebem uma tributação de R$ 40,00. O diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, afirmou que a entidade trabalha junto ao Ministério da Agricultura para que o produto tenha desoneração.

– Precisamos urgentemente desonerar o suco de laranja, o que pode gerar um incremento de 50 milhões de caixa de suco de laranja por ano no mercado. O setor já pediu que o produto seja colocado nas regras da Lei 10925 de 2004, que isenta uma série de alimentos de tributação – diz o diretor da CitrusBR.

Netto também comentou que a projeção de estoques para o final desta safra está acima do ideal. Segundo a projeção da entidade, o estoque encerraria o ciclo em 447,2 mil toneladas de FCOJ (suco concentrado), o volume dentro dos padrões seria entre 300 e 350 mil FCOJ.

O diretor da Citrus BR diz que ainda é cedo para projetar menos compras por parte das indústrias. Ele lembra que é preciso observar a oferta de frutas consolidada e a demanda pelo suco de laranja para projetar uma tendência de mercado. Quanto às exportações, o nível de embarque para os Estados Unidos animou o setor.

– Quando a fotografia inteira, este ano está melhor que o ano passado, mas ainda não estamos em uma situação confortável de mercado, mas está melhor.  Devagar está entrando no caminho correto – ressalta Netto.

Cotações de cítricos

As vendas de laranja pera ainda estão desaquecidas no mercado spot paulista, o que tem resultado em quedas nos preços da fruta. Na parcial desta semana, o tipo pera teve média de R$ 16,00/cx de 40,8 kg, na árvore, baixa de 2,5% ante a semana passada, aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Quanto à tangerina poncã, os valores também seguem recuando, apesar da demanda um pouco maior em relação à laranja. As frutas mineiras continuam sendo ofertadas em bons volumes no mercado paulista, limitando as vendas de produtores de SP. Na parcial desta semana, a poncã registrou média de R$ 18,25/cx de 27 kg, na árvore, queda de 5,8% em relação à da semana passada.

Já para a lima ácida tahiti, a boa demanda externa segue sustentando os preços no mercado interno. Na parcial da semana, a tahiti teve média de R$ 12,70/cx de 27 kg, colhida, alta de 9,3% em relação à semana passada. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou o recorde de 37,9 mil toneladas de limões e limas nos quatro primeiros meses de 2015, aumento de 11% ante os mesmos meses de 2014. Em receita, a alta foi de 3%, totalizando US$ 29,9 milhões.