CNA quer mudança no preço mínimo do café e trigo

A entidade afirma que os valores anunciados na semana passada pelo Ministério da Agricultura são insuficientes para cobrir os custos de produção

Fonte: Divulgação/ Canal Rural

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vai propor ao governo federal reajustes dos preços mínimos do café e do trigo no Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019. A entidade defende a revisão dos valores anunciados na semana passada, que são insuficientes para cobrir os custos de produção dessas culturas.

O Ministério da Agricultura anunciou os novos valores dos preços mínimos destes produtos. No caso do café, a espécie arábica teve reajuste de 2,46% em relação ao ano passado e ficou definido em R$ 341,21 por saca de 60 quilos. Já o conilon teve o preço mínimo reduzido para R$ 202,19 por saca, queda de 9,57%.

Segundo os levantamentos de custo mais recentes feitos pelo projeto Campo Futuro, da CNA, os custos operacionais chegam a R$ 390 a saca para o arábica e R$ 240 para o conilon. “Mais uma vez, os preços mínimos ficam abaixo do custo de produção das principais regiões produtoras do país. Esses valores tornam-se ainda mais críticos por se tratar de uma safra de bienalidade positiva”, disse em comunicado.

No caso do conilon, a redução do preço mínimo preocupa principalmente os produtores do Espírito Santo, maior produtor desta espécie. “As lavouras foram afetadas por problemas climáticos nas safras anteriores e a redução do preço mínimo é mais um obstáculo para a recuperação da cafeicultura do estado em 2018”, justificou a CNA.

Trigo
O preço mínimo do cereal passou de R$ 39,02 para R$ 37,26 por saca, recuo
de 2,93%, também abaixo dos preços do custo de produção da cultura. Segundo
dados do Campo Futuro, de janeiro a abril deste ano, os custos com óleo diesel e mão-de-obra aumentaram 9,1% e 6,5%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2017. Além disso, a cotação do dólar teve um incremento de 4% nesse mesmo período.

“Esse aumento deverá impactar diretamente nos custos dos defensivos agrícolas e fertilizantes, que são em sua grande maioria importados. Com o aumento dos custos dos principais insumos agrícolas, a entidade destaca a necessidade de reajustar o preço mínimo do trigo para R$ 40,65 por saca e não os R$ 37,26 anunciados pelo governo”, destaca o comunicado.