SP: Dívida de citricultores chega a R$ 1 bilhão

Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura se reuniu hoje para debater intervenção do governo diante da criseO endividamento dos citricultores paulistas já chega a R$ 1 bilhão. A seca no Estado, que é o maior produtor de laranjas do mundo, causou quebra na safra e contribuiu para a piora da situação. As lideranças do setor reclamam da falta de respaldo do governo.

Nesta quarta, dia 19, representantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura se reuniram em Brasília (DF) para discutir o assunto. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as negociações da dívida estão avançadas, mas ainda não há previsão para um posicionamento final. A declaração diverge do que aponta o setor.

– Infelizmente, não conseguimos ter um acordo com essa dívida, não conseguimos ter qualquer intervenção por parte do governo no sentido de viabilizar essa questão da dívida. O que nós recomendamos é que nos vencimentos os produtores vão às instituições bancárias, negociem, exijam efetivamente os direitos quando têm frustração de safra. São Paulo passou por uma seca muito grande, então isso realmente prejudicou o desempenho da produção. São motivos para que o banco viabilize, prorrogue, se estenda essas dívidas a vencer dos produtores – afirma o presidente da câmara setorial, Marco Antônio dos Santos.

A indústria, no entanto, não mostra preocupações sobre uma possível baixa na oferta do produto.

– A oferta de fruta não é algo que preocupe hoje em dia, inclusive um dos principais problemas da citricultura nos últimos anos tem sido a oferta excessiva de fruta em função da baixa demanda nos mercados compradores. A seca não trouxe prejuízo para a produção de suco, porque quando você tem um período de seca, o rendimento industrial aumenta, o que significa que você precisa de um número menor de caixa de laranja para produzir uma tonelada de suco – explica o diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto.

A discussão na Câmara Setorial também abordou um levantamento sobre os cinco leilões de Prêmio Equalizador ao Produtor Rural (Pepro) deste ano. Mais de dois mil produtores foram beneficiados. O último leilão do ano está previsto para o dia 28 de novembro. 

– Acho que dá para por mais de três milhões de caixas ainda para os recursos que se disponíveis. Conseguimos aumentar o limite. Começamos com cinco, 15, até 20 mil caixas. Os produtores estão conseguindo participar, estão recebendo da Conab. Há alguns atrasos, mas isso é normal. Eles receberão tudo. Os produtores que participaram dos leiloes terão sua subvenção – destaca Santos.