Excedente de diesel no Centro-Oeste favorece mistura acima de 7%

Segundo a Abiove, atual capacidade industrial instalada no Brasil, seria possível aumentar, de imediato, a produção de biodiesel em mais de 80%

Fonte: Arquivo/Agência Brasil

A oferta ampla de biodiesel no Centro-Oeste, maior região produtora de soja do Brasil, é um diferencial para adoção da mistura voluntária de biodiesel no diesel acima dos 7% previstos em lei, nos níveis de 20% (B20) e 30% (B30), apontou a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). O tema foi discutido em seminário promovido pela associação junto com o Sindicato das Indústrias de Biodiesel no Estado de Mato Grosso (Sindibio-MT), a Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) e a União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio). 

O assessor econômico da Abiove, Fábio Guerra, destacou que, com a atual capacidade industrial instalada no Brasil, seria possível aumentar, de imediato, a produção de biodiesel em mais de 80%. Guerra apresentou um quadro de oferta e demanda de biodiesel no Centro-Oeste em 2015 e assinalou que a oferta na região é muito superior ao volume exigido para mistura no diesel. 

A capacidade de produção de biodiesel na região é de 2,9 bilhões de litros, mas a produção atual é de 1,7 bilhão de litros, enquanto a demanda compulsória soma 500 milhões de litros. Conforme o assessor, há excedente de biodiesel no Centro-Oeste, que consome volumes elevados de diesel adquirido de outras regiões e arca com preços elevados em virtude do cujo logístico. Além disso, Guerra salientou que, quanto mais biodiesel, há mais soja processada e maior agregação de valor da agricultura nacional, com geração de emprego e renda no interior do país. 

Segundo a Resolução nº 3 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), do Ministério de Minas e Energia, de setembro de 2015, o biodiesel pode ser consumido em quantidades superiores aos 7% por litro já adicionados obrigatoriamente ao óleo diesel. A mistura voluntária de biodiesel no diesel pode chegar a 20% do diesel para frotas cativas ou consumidores rodoviários atendidos por ponto de abastecimento e 30% para máquinas agrícolas, máquinas industriais e transporte ferroviário.