Governo do PR lança prêmio a agricultores com boas práticas no solo

Prêmio representa uma adesão do estado à iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura

O governo do Paraná vai premiar os produtores rurais que adotarem boas práticas de uso e manejo sustentável de solos no estado. A medida representa uma adesão à iniciativa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (ONU/FAO), que instituiu o ano de 2015 como o Ano Internacional dos Solos.

– O prêmio é também um reconhecimento público aos produtores que se empenham em aliar produção agropecuária e conservação ambiental, conforme a política pública da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento – explica o secretário da pasta, Norberto Ortigara.

O prêmio contemplará os produtores da agricultura familiar, empresarial e aqueles que adotam o plantio direto por tipo de solo – basalto, arenito e sedimento. Para Ortigara, o reconhecimento público aos produtores que se dedicam à utilização correta de técnicas adequadas de manejo e conservação do solo estimula outros produtores a usarem tecnologias semelhantes.

As inscrições devem ser feitas junto ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural ou Conselho Municipal de Sanidade Agropecuária, que farão a seleção e indicação dos produtores. Os produtores selecionados devem comprovar a sua inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR)e, ainda, a inexistência de ações ambientais por parte dos órgãos de fiscalização.

Uma comissão estadual de julgamento e avaliação das boas práticas de uso e manejo sustentável de solos será formada, composta por representantes da Secretaria Estadual da Agricultura, Emater, Iapar, Adapar, Itaipu Binacional, FAO, Faep/Senar e Ocepar. A comissão terá a atribuição de conduzir o processo de premiação até a definição dos agricultores selecionados, o que ocorrerá em novembro. Se for necessário, a propriedade será visitada.

A cerimônia de premiação acontecerá em 5 de dezembro, Dia Internacional de Conservação de Solos, instituído pela ONU/FAO.

Para Ortiaga, a crise hídrica que afeta os estados do Sudeste do país, com falta de água nas cidades e a redução da produção agrícola, com consequente aumento no preço dos alimentos, acendeu a luz amarela no Paraná.

– Se medidas importantes de conservação e de preservação do meio ambiente não forem adotadas, esses efeitos podem prejudicar a população também por aqui – alertou. Ortigara reforça aos produtores rurais e à sociedade em geral para a importância vital de cuidar dos solos como primeira medida para evitar a secagem das minas e queda no volume de água nos rios.

Ele ainda chama a atenção dos produtores para a intensificação do processo de erosão dos solos no Paraná nas últimas décadas, fazendo com que o estado retorne aos índices de perdas que havia nas décadas de 70 e 80. Ele lembra que algumas empresas de insumos aconselharam o agricultor a retirar as curvas de nível, que protegem os solos, para ganhar mais espaço e tempo para lavouras e pastagens

– Com isso, há mais de 20 anos, o produtor paranaense deixou de fazer plantio direto com qualidade, deixou de fazer e manter curvas de nível e os investimentos em pesquisas de solo, que é o que respaldam as ações – afirma.

Ele acrescenta que o governo estadual fez pesados investimentos em conservação de solos e água no final da década de 80 e início dos anos 90. Naquele período, lembra, o Estado chegou a ser considerado referência mundial pela FAO em relação à conservação de solos e água, quando se adotou em massa as técnicas do plantio direto com qualidade e a instalação de terraços e curva de nível nas lavouras para evitar o escorrimento de água sobre o solo.