Kátia Abreu: Queremos chegar a R$ 1 bi em subvenção ao seguro agrícola

Para chegar ao valor, ministra afirma estar negociando com pastas da Fazenda e do Planejamento a possibilidade de vender estoques de grãos do governo

Fonte: Priscilla Mendes /Mapa

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou nesta segunda-feira, dia 14, em Campinas (SP), que as negociações para elevar o volume de recursos para subvenção do seguro rural em 2016 caminham bem e que sua intenção é alcançar a cifra de R$ 1 bilhão. De acordo com a ministra, a pasta já conta com R$ 400 milhões e vem trabalhando com o deputado Ricardo Barros (PP-PR) e a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), da Comissão Mista do Orçamento (CMO), para mobilizar R$ 350 milhões da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGMP) que não foram usados nos últimos três anos. 

“Com isso chegaríamos a R$ 750 milhões. Este montante já está praticamente acertado, mas estou muito confiante que chegaremos a R$ 1 bilhão”, declarou a ministra. Para alcançar este valor, Kátia Abreu negocia com os Ministérios da Fazenda e do Planejamento a possibilidade de comercialização de produtos agrícolas hoje estocados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e que renderiam R$ 250 milhões.

A ministra da Agricultura adiantou alguns dados que deve divulgar nesta terça-feira, dia 15, em Brasília, durante apresentação do balanço de atividades do ministério no exercício de 2015. Um deles diz respeito à economia de R$ 500 milhões obtida, segunda a ministra, com o corte de 50% nos gastos com hospedagens e diárias. 

“O governo cortou R$ 500 milhões e nós conseguimos economizar mais R$ 500 milhões”, disse.

A ministra afirmou que pretende continuar melhorando os processos de gestão e governança da pasta, aproximando-os do padrão da gestão privada. “Nós e nossos servidores temos trabalhado contra o tempo para deixar um legado para a instituição. Lá não tem apadrinhamento nem amiguinho para passar na frente. Queremos uma entidade acima de qualquer suspeita e que gere confiança aos contribuintes.”

Kátia Abreu mencionou conquistas do último ano, como a derrubada dos embargos à carne bovina brasileira, com acesso a mercados como os da Rússia e China. “Acho que eu dei a volta ao mundo três vezes neste ano. Na última viagem à China, abrimos 17 plantas às exportações brasileiras de carnes”, afirmou.

Também citou a lei plurianual agrícola, que está em elaboração no Ministério da Agricultura e deve ser enviada à Frente Parlamentar da Agricultura no ano que vem. 

Kátia Abreu participou na tarde desta segunda da cerimônia de posse do novo chefe geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo Eduardo de Miranda, na sede da unidade em Campinas (SP).

Rebaixamento

No evento, a ministra disse também que o governo e Congresso não podem permitir que a nota do Brasil seja novamente rebaixada pelas agências de classificação de risco. “Acho que o Congresso Nacional, dialogando com a Fazenda e o (Ministério) do Planejamento, podem chegar a um bom termo. O que nós não podemos permitir ou facilitar é que o Brasil seja rebaixado no seu grau de risco”, disse em referência às discussões em Brasília sobre a meta fiscal para 2016 que colocam em lados opostos o ministro Joaquim Levy e aliados do governo no Congresso. 

“Tudo o que pudermos fazer para fortalecer nossa economia nacional e voltar aos nossos patamares anteriores, precisa ser feito”, declarou a ministra.

No começo de sua apresentação, a ministra fez uma brincadeira mencionando o incidente ocorrido na semana passada envolvendo o senador José Serra (PSDB) – quando a ministra jogou uma taça de vinho no senador após ele tê-la chamado de “namoradeira”. “Chega o final do ano e estou com gripe, dor no corpo, em várias partes do corpo. A dor no braço é porque eu fiz muito esforço com ele nos últimos dias”, brincou. Depois, Kátia afirmou que a questão com Serra já “está no passado”.