O anúncio de liberação de R$ 10 bilhões para pré-custeio da safra 2016/2017 deve contribuir para a antecipação de compras de fertilizantes neste semestre, disse o diretor executivo da Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil (Ama Brasil), Carlos Eduardo Florence.
“O anúncio traz a perspectiva de que os financiamentos serão liberados e de que não haverá atraso no pagamento do adubo. As negociações atrasaram demais em 2015”, declarou Florence.
Segundo o diretor da Ama Brasil, enquanto na temporada 2015/2016 38,7% das entregas ocorreram no primeiro semestre, neste ciclo elas devem superar os 40%. O atraso na aquisição de insumos em 2015 resultou, essencialmente, da demora na divulgação do Plano Safra 2015/2016, feita em junho.
As vendas de fertilizantes, disse Florence, são bem mais dependentes de crédito oficial do que as de defensivos e sementes. Enquanto nesses dois segmentos historicamente os recursos oficiais correspondem a um terço dos negócios, no ramo de fertilizantes o percentual é ainda maior, comentou o executivo.
Investimentos
Ele afirmou ainda que o setor não esperava o anúncio dos recursos neste momento. “Havia expectativa de que haveria pré-custeio mais cedo em relação ao ano passado, mas não agora”, complementou.
Na quinta-feira, 28, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDS), Conselhão, o governo federal anunciou medidas para injetar R$ 83 bilhões de crédito, via bancos públicos, na economia do país. Deste valor, R$ 10 bilhões serão destinados para o pré-custeio na safra 2016/2017. Na ocasião, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse que a confirmação deste valor para o pré-custeio neste início de ano “vai deslanchar melhor” o crédito agrícola.
Nesta sexta-feira, 29, o Banco do Brasil informou que produtores poderão contratar os recursos em agências do banco a partir de segunda-feira, 1º de fevereiro. Os recursos estarão disponíveis aos médios produtores por meio do Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores Rurais (Pronamp) com taxas de 7,75% a.a. até o teto de R$ 710 mil. Os demais produtores rurais acessam o crédito com encargos de 8,75% a.a. até o teto de R$ 1,2 milhão por beneficiário.