Preço das hortaliças despenca e preocupa agricultores em São Paulo

Falta de procura por parte dos compradores e clima derrubaram os valores no interior paulista 

Fonte: Pixabay/divulgação

O preço das hortaliças no interior de São Paulo caiu em comparação a 2016. E isso, claro, traz preocupação aos agricultores. Para piorar a situação, os custos de produção aumentaram. 

Um dos principais problemas é a falta de procura, que reflete diretamente no valor. A dificuldade de encontrar compradores persiste mesmo com preços mais baixos. 

A berinjela, que antes custava R$ 2,50 o kg, não sai por mais do que R$ 0,75. O pepino caipira de R$ 2,50 foi para R$ 1,00. Na Ceasa de Campinas, no interior de São Paulo, que reúne produtores de 11 municípios da região é feita toda semana uma pesquisa de preços dos produtos hortigranjeiros. E três registraram forte queda: berinjela (26%), jiló (125) e pepino caipira (14%). 

De acordo com o técnico de mercado da Ceasa de Campinas, Marcel Milano, os feriados atrapalham as vendas. 

“Muita produção para pouco consumo por um tempo. De certa forma até ajuda pela produção dos legumes, folhas e raízes. A questão mesmo seria a demanda e o consumo que estão baixos. Oferta tem, não falta nada no mercado”, conta. 

Quem leva a melhor é o consumidor, que aproveita para encher a sacola. O promotor de vendas Edinei Gomes gostou dos preços que encontrou. 

“Comprei o alface, que estava na casa dos R$ 2,00 e pagamos R$ 1,00. A rúcula estava R$ 2,50 e hoje pagamos R$ 1,50. Está muito bom para encher a sacola”, aponta. 

Se no atacado o preço já está baixo, no produtor nem se fala. Com a dependência do clima para a plantação, alguns agricultores sofrem com temporais. O produtor Evandro Frigeri chegou a perder quase tudo no início de março, devido a uma chuva de granizo. 

Como se não bastasse, Frigeri ainda encara a alta nos preços da produção. A adubação, por exemplo, é a mais cara, custando R$ 2,5 mil reais 16 toneladas do produto. Antes, o valor era de no máximo R$ 2 mil. 

“A muda subiu, os inseticidas, a matéria orgânica, o diesel e o abastecimento. Temos que diminuir o custo da produção agora. Para vender, você tem que diminuir o custo ou colocar em promoção nos mercados”, afirma.