Produção citrícola da Flórida pode sair do mercado devido ao greening

O chefe de pesquisa e desenvolvimento da divisão agrícola da Bayer afirma que, sem ferramentas avançadas de controle, indústria pode fechar em 10 ou 15 anos

Fonte: Pixabay

Os citricultores da Flórida devem, até o fim da safra 2016/17, em 30 de setembro, produzir 68,7 milhões de caixas de laranja. O número é 53% inferior aos 146,7 milhões de caixas produzidas há cinco anos, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Mas essa não é a única preocupação dos produtores: o greening – doença provocada por bactérias que causam a queda prematura dos frutos – representa é uma grave ameaça ao estado, que é o principal produtor de laranja dos Estados Unidos.

“Sem ferramentas avançadas de controle, a indústria cítrica na Flórida poderá até sair do mercado em 10 ou 15 anos”, diz o chefe de pesquisa e desenvolvimento da divisão agrícola da Bayer, Adrian Percy.

A Bayer, multinacional alemã do setor agroquímico e farmacêutico, será parceira do grupo de pesquisas concebido pela Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento Cítrico, criada pelo setor de laranja da Flórida para combater os efeitos da praga nos laranjais. O acordo, cuja duração inicial é de três anos, prevê o desenvolvimento de novos métodos de combate ao greening.

A fundação levantou US$ 12 milhões com produtores e grandes empresas compradoras de laranjas, como Coca-Cola e Pepsico. A Bayer destinará 12 pesquisadores ao projeto, além de laboratórios e o amplo portfólio da companhia. Se for encontrada uma solução para o problema, a companhia continuará o desenvolvimento para, posteriormente, comercializar o produto.

A Bayer pretende testar milhares de agentes biológicos e compostos químicos para identificar quais podem atacar a bactéria causadora do greening ou melhorar a imunidade das árvores, explicou Percy. Os trabalhos de pesquisa serão conduzidos na unidade da empresa alemã em Sacramento, na Califórnia, e na Europa – França ou Alemanha. O objetivo, segundo Percy, é ter produtos prontos para testes em dois ou três anos.