Produtores de Minas Gerais comemoram aprovação do Código Florestal

Mineiros sofreram nos últimos anos com pressão de órgãos ambientaisProdutores de Minas Gerais comemoraram a aprovação do novo Código Florestal. Ao mesmo tempo, agricultores e pecuaristas do Estado estão cautelosos e atentos aos próximos passos da Presidência da República e aos desdobramentos judiciários. Nos últimos anos, os mineiros foram os que mais sofreram pressão dos órgãos ambientais e do Ministério Público.

No Triângulo Mineiro, o presidente do Sindicato Rural de Uberava, Rivaldo Machado Borges ajudou a fazer as primeiras mobilizações pedindo mudanças.

— O produtor rural mineiro sofreu muito. Em função disso nós criamos, em 2003, o primeiro fórum ambiental, onde apresentamos uma carta de mudança do Código Ambiental. Posteriormente fizemos o grande encontro, em fevereiro de 2009, onde trouxemos ministro, deputados e técnicos da Embrapa, mostrando a realidade do país. Eu sinto que a aprovação do código foi boa, não só para os produtores rurais, mas para os brasileiros — comenta Borges.

O produtor rural Raul Archangelo foi condenado em uma ação civil pública por não ter averbado a reserva legal. Se tivesse que cumprir a lei, perderia quase metade da fazenda. Ele também comemora a aprovação do novo Código.

— Fui condenado. Tive que apelar ao Tribunal de Justiça, que negou a minha apelação na semana passada. Vou ter que novamente entrar com embargo para não sofrer a multa diária de R$ 1,5 mil. Estou comemorando muito (a aprovação do Código). Parabenizo os deputados pelo grande serviço que estão fazendo — diz Archangelo.

Mesmo com a aprovação na Câmara dos Deputados, os produtores do Estado aguardam agora o que será feito pela presidente Dilma Rousseff e também os movimentos no campo judicial.

— O produtor tem que continuar com cautela, sabendo que o trabalho continua. O trabalho de regularização da legislação ambiental é o primeiro passo. O texto não é o ideal nem para os produtores rurais e nem para os ambientalistas, mas os mineiros têm o que comemorar — afirma o advogado do sindicato rural de Uberaba, Túlio Machado Borges.