Produtores querem maior fiscalização na importação de alho chinês

Setor considera desleal a competição com o alho que vem da China, que abastece 90% do mercado mundial

Fonte: João Costa Jr/Embrapa

A queda no preço do alho, que foi motivada pela boa safra da China, pode prejudicar os produtores brasileiros, que pedem melhor fiscalização na importação do produto. O valor, que já está em queda, deve cair ainda mais a partir de julho, exatamente quando os produtores brasileiros vão começar a colheita.  Atualmente, a caixa de 10 quilos do produto vale U$S 18, mas o valor deve sofrer baixa de 65%.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Rafael Corsino, o principal motivo é o bom desempenho da safra chinesa, que abastece 90% do mercado mundial.

O Brasil produz apenas 35% do alho consumido internamente, mas o país tem capacidade de aumentar essa oferta para até 70%. Para isso acontecer, os produtores reivindicam por uma melhor fiscalização nas operações de importação do produto. Eles consideram desleal a competição com o alho que vem da China.

A safra brasileira está sendo plantada e, nesta temporada, deve atingir 10 mil hectares, incremento de 20% em relação ao ano anterior.  A cultura de alho, por ser muito artesanal, é uma cultura que se gasta muito. Hoje, um hectare de alho está em torno de R$ 100 mil. O custo é aproximadamente cerca de R$ 85 a caixa de alho. Por isso existem proteções que o governo coloca para que se mantenha, pelo menos, 50% do mercado para os produtores brasileiros.

O presidente explica que os importadores pagam uma taxa de R$ 0,78 por quilo do produto. Segundo, o problema é que nem todos cumprem as regras.

“Muitas vezes, os importadores arrumam subterfúgios e não pagam essa tarifa. Não pagando o preço fica muito abaixo do nosso custo de produção. Por isso que nós dependemos não só das políticas públicas do governo federal, mas também da receita federal não permitindo que eles internalizem esse alho sem pagar essa tarifa antidumping”, explica. 

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