RS: renda e tecnologia animam jovens a permanecerem no campo, diz pesquisa

Levantamento foi feito com jovens de famílias que produzem tabaco no Rio Grande do Sul e apontou algumas evoluções esperadas pela nova geração

Fonte: Junio Nunes/Sinditabaco/Divulgação

Uma pesquisa encomendada pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) ao Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS) revela que a condição financeira das famílias produtores de tabaco na região é um dos fatores que estão fazendo com que mais de 70% dos jovens construam seus projetos de vida na atividade rural.

A renda auferida, 73% superior à do trabalhador brasileiro (de R$ 1.926,73 enquanto que a média nacional é de R$ 1.113,00), é apenas um dos diferenciais do levantamento realizado no segundo semestre de 2016, que ainda pontuou que a tecnologia e a mecanização das atividades agrícolas também contribuem para esse desejo. Como a maioria das propriedades possui veículos – 8,6% das propriedades têm automóvel e 61,7% têm motocicletas – há uma maior facilidade para o deslocamento para estudos e lazer.

Ainda segundo o sindicato, a conectividade também já é uma realidade nas propriedades rurais: 48% contam com acesso à internet e 94% têm telefone celular. Outros dados são de que 80% das casas dos produtores de tabaco têm três ou mais dormitórios, 96% têm lavadoras de roupas e 99% tem TV em cores, sendo que 85,5% têm antena parabólica e 18% sinal fechado. E a modernização das lidas rurais se revela no fato de que 72% dos produtores têm trator e 13%, microtrator.

“Verificamos um bom acesso a itens relacionados às condições de conforto, higiene e saúde, respaldado por um bom nível de renda. Os produtores de tabaco têm bom acesso às informações e também a condições satisfatórias para atualização e desenvolvimento da sua atividade. Eles também fazem uma boa avaliação de suas próprias condições de vida, ou seja, em geral mostram-se satisfeitos e realizados”, disse o coordenador da pesquisa, professor Luiz Slongo.

Segundo o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, apesar do cenário positivo, é preciso que o governo fique atento a alguns problemas de infraestrutura que acabam influenciando na decisão do jovem de sair do campo. “Rodovias de acesso que permitam o escoamento da produção, serviços de saúde e de educação qualificados, acesso à energia trifásica, ou pelo menos bifásica, e à internet são alguns dos quesitos que precisam melhorar pelo que vimos no resultado da pesquisa”, alerta Schünke.

A pesquisa foi feita em um universo reduzido dos produtores de tabaco do Rio Grande do Sul e pode ser conferida na integra no site do Sinditabaco.