Soja e milho: veja o que esperar do mercado na próxima semana

Acompanhe as dicas do analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez para a semana que vai começar

Fonte: Ivan Bueno/APPA

Destacamos abaixo os fatos sobre o mercado de soja e milho que merecem atenção na próxima semana, segundo o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez. Alguns dos principais temas são: a situação das lavouras na Argentina, a safra brasileira e a guerra comercial entre Estados Unidos e China. 

Soja

  • As chuvas dos últimos 10 dias na Argentina ajudaram a aliviar parte dos problemas de umidade nas lavouras da província de Buenos Aires, mas não atingiram de forma ampla as províncias de Santa Fé e Córdoba. A situação argentina continua muito ruim e as previsões para as próximas duas semanas não são boas;
     
  • Os mapas apontam para chuvas pouco volumosas em Buenos Aires e praticamente nenhuma umidade em Santa Fé e em Córdoba nos próximos 14 dias, o que deve agravar as condições das lavouras da chamada “zona núcleo”;
     
  • As perdas de produção na Argentina devem superar 10 milhões de toneladas, e embora boa parte dessas perdas já esteja precificada em Chicago, o mercado deve continuar encontrando algum suporte neste fator;
     
  • A entrada da supersafra brasileira começa a chamar a atenção de Chicago, com os players entendendo que parte das perdas argentinas poderá ser compensada por uma produção recorde no Brasil;
     
  • Outro fator que começa a pesar em Chicago é a previsão de aumento de área de soja nos Estados Unidos na nova temporada. O relatório do USDA do dia 29 de março deve confirmar a maior área a ser semeada com soja na história dos EUA, superando o milho;
     
  • O último fator de atenção do mercado, mas talvez o mais importante deste momento, é o aumento das tensões envolvendo a guerra comercial entre EUA e China nos últimos dias, que deve continuar mexendo com o mercado.

​Milho
 

  • Mercado ainda foca na situação climática na Argentina. A previsão de chuvas moderadas para o final de semana aumenta o viés de baixa;
     
  • O mercado repercutiu os números de condição de lavouras referente a safra da Argentina. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou a colheita de milho na Argentina em 13,3% da área. A safra 2017/18 da Argentina foi cortada de 34 para 32 milhões de toneladas, 7 milhões de toneladas abaixo do ano passado. A estimativa é 9 milhões de toneladas inferior à expectativa inicial. Em 2017/18, foram plantados 5,4 milhões de hectares de milho na Argentina, contra 5,1 milhões de hectares na safra anterior.;
     
  • Uma eventual guerra comercial entre EUA e China também fazem com que a Bolsa de Chicago se depare com instabilidades;
     
  • O mercado também passa a focar no relatório trimestral do USDA a ser divulgado no próximo dia 29, com os primeiros números de intenção de plantio para a safra deste ano.
     
  • No mercado doméstico o cenário apresentou algumas mudanças no decorrer da semana. Os consumidores assumiram uma postura mais discreta no mercado, apresentando um melhor posicionamento de seus estoques;
     
  • Em determinadas regiões do país foi verificado aumento da fixação e melhor fluidez dos negócios, este é o caso do mercado paulista. A indicação de negociações na região da Sorocabana cedeu para R$ 37 no mercado disponível, com visível aumento da fixação de oferta no mercado. Já o referencial Campinas foi posicionado a R$ 42 (CIF).