Soja: número de lavouras dos EUA em boas condições diminui

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agrícola e previsão do tempo para começar o dia bem informado

Fonte: Leonardo Seibt/Arquivo Pessoal

Soja
Os contratos futuros da soja na bolsa de Chicago fecharam a segunda-feira com queda. Nas posições spot, as perdas foram de 1,06% no grão, de 0,60% no farelo e de 1,64% no óleo. O mercado ainda sente o impacto negativo do relatório baixista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na quinta-feira, dia 10, que indicou safra recorde, contrariando as expectativas.

Os analistas também começam a se posicionar frente ao Crop Tour da Pro Farmer, que irá visitar lavouras nas principais áreas de produção, avaliando os indicativos de rendimento da nova safra americana.

A expectativa nesta terça-feira, dia 15, é que o mercado repercuta os dados revelados pelo USDA após a bolsa fechar, sobre as condições da safra dos Estados Unidos. O órgão americano indicou que caiu o número de lavouras em boas ou excelentes condições de 60%, na semana passada, para 59%. Nesta mesma época do ano passado 72% da safra estava em boa ou excelente condição. O estado que mais sofreu

Aqui no Brasil o mercado interno ficou calmo nas principais praças de comercialização. Os preços da soja ficaram entre estáveis e mais baixos e não houve registro de negócios relevantes durante a sessão. Essas perdas nas cotações só não foram maiores devido ao dólar, que encerrou em alta.

Milho
O milho registrou preços mais altos em Chicago. O mercado buscou certa recuperação após se aproximar, nesta sessão, do pior patamar em seis semanas, em meio à perspectiva de produção acima do esperado nos Estados Unidos. 

Em relação às condições das lavouras, o USDA informou que para o milho a situação melhorou. De acordo com o departamento americano, 62% da safra estava em boa ou excelente condição, contra 60% da semana passada. 

No mercado interno a segunda-feira, dia 14, foi de lentidão e de preços do milho mais firmes. A dificuldade no transporte é extrema e isso vai levando consumidores a procurar lotes mais próximos das fábricas e provocando altas nos preços em algumas regiões. A exportação de milho continua sendo a esperança do produtor rural para manter o preço do grão em melhores patamares. Enquanto isso a colheita segue bem em algumas regiões. Em Mato Grosso os trabalhos de campo já passam dos 98% e a expectativa gira em torno dos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) que serão realizados na próxima quinta-feira, dia 17.

Dólar
O conflito entre Estados Unidos e Coreia do Norte foi relativamente atenuado, abrindo espaço para que o movimento do dólar fosse pautado pelos acontecimentos aqui no Brasil. Havia uma expectativa do governo anunciar a revisão da meta fiscal nesta segunda-feira, fato que não aconteceu. Isso deixou o mercado financeiro cauteloso. Na prática o que se pretende fazer é aumentar a projeção de gastos.

Originalmente, a meta do rombo nas contas públicas estava fixada em R$ 139 bilhões para este ano e em R$ 129 bilhões para o próximo. No entanto, a arrecadação ainda em queda e uma série de frustrações de receitas que o governo estava contando dificultaram o cumprimento da meta original.

No fim do dia a moeda americana terminou negociada a R$ 3,203 com alta de 0,88%.

Café
O café na bolsa de Nova Iork teve um dia de forte queda. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, aspectos técnicos o ajuste de posições por parte dos investidores foram alguns dos motivos. A alta do dólar contra outras moedas e o café arábica acompanhando o movimento do petróleo no mercado internacional também colaborou com a baixa.

A leitura dos analistas é que o mercado já não está levando em consideração as informações sobre quebra de safra no Brasil por problemas de grãos miúdos, rendimento e incidência da broca do café. O vencimento de dezembro, que tem o maior número de contratos abertos, terminou o dia com queda de 2,32% cotado a 140,50 cents por libra-peso, baixa de 335 pontos.

No mercado físico a semana começou com as negociações travadas. Essa queda em Nova Iork deixou o produtor rural retraído e como não houve muita procura por parte dos compradores, a comercialização ficou escassa. Os preços do café tiveram poucas alterações.

Boi
O mercado físico teve preço do boi gordo mais alto. A oferta de animais terminados segue bastante limitada, considerando o limiar da safra e o primeiro giro de confinamento, que também sofreu redução. Além disso, a demanda se mostrou aquecida durante a primeira quinzena de agosto, considerando o dia dos pais como motivador do consumo. Veja dicas para aproveitar essa alta na arroba do boi.

O mercado atacadista também apresentou preços em alta. No entanto, o movimento de valorização nos preços deve perder força na segunda quinzena do mês, período que tipicamente apresenta redução de consumo.

Já as exportações seguem mais aquecidas, se comparadas com o mesmo período do ano passado. De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) a quantidade de carne bovina in natura exportada pelo Brasil chegou a 46,6 mil toneladas nas duas primeiras semanas de agosto. A média diária de carne embarcada foi de 5,2 mil toneladas.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma alta de 44,6% na quantidade média diária. Em relação ao mês anterior houve ganho alta de 2,3% na quantidade média diária exportada.

Previsão do tempo
As imagens de satélite mostram que áreas de instabilidade que avançam do Paraguai, estão causando chuvas de intensidade moderada a forte, acompanhada de descargas elétricas, em Mato Grosso do Sul, oeste do Paraná e também no extremo oeste de São Paulo. A frente fria ainda está organizando um canal de umidade, favorecendo a formação de nebulosidade pelo Sudeste e Centro-Oeste do país. A combinação de calor e umidade está causando fortes chuvas no oeste do Amazonas. As demais regiões do país estão com tempo mais estável e pouca nebulosidade. Apesar do aumento da nebulosidade no Sudeste e Centro-Oeste, várias cidades no interior do país registraram umidade relativa do ar baixa.

Sul
A chuva ganha intensidade no leste e no norte paranaense. São esperados elevados acumulados, rajadas de vento e descargas elétricas. Trata-se de ventos em altitude que organizam um corredor de umidade da Amazônia nas demais áreas paranaenses. No norte de Santa Catarina também há previsão de chuva, mas com menor intensidade e intercalada com períodos de tempo nublado. Nestas áreas, a temperatura da tarde não sobe muito. O sol predomina no Rio Grande do Sul e nas demais áreas catarinenses. Depois de uma manhã mais fria nestas áreas, as temperaturas sobem um pouco mais na parte da tarde, justamente por causa do tempo aberto.

Sudeste
A chuva ganha intensidade no oeste e sul paulista, na região metropolitana de São Paulo, na baixada santista e em todas as áreas que fazem divisa com o Paraná. As pancadas ocorrem a qualquer momento, acompanhadas por descargas elétricas, rajadas de vento de até moderada intensidade e volumes que elevados de chuva. Nas demais áreas do estado de São Paulo, no sul do Rio de Janeiro e no sul de Minas também há previsão de chuva, mas com menor intensidade e menores acumulados. Nas outras áreas do Sudeste o tempo não muda. O sol predomina e as temperaturas ficam elevadas, o que mantém baixa a umidade relativa do ar, principalmente no oeste mineiro.

Centro-Oeste
A chuva vem com força para o Centro-Oeste. Um corredor de umidade da Amazônia espalha chuva sobre todo o meio oeste e sul de Mato Grosso e sobre quase todo o Mato Grosso do Sul. A chuva pode vir com forte intensidade sobre algumas cidades do centro e sul de Mato Grosso do Sul, mas nas demais regiões, de uma forma geral, as pancadas serão isoladas e com baixos acumulados. No restante da região o tempo segue firme e com predomínio do sol. As temperaturas ficam mais amenas sobre a metade sul de Mato Grosso do Sul, mas no restante do Centro-Oeste, mesmo onde chove, o calor predomina.

Nordeste
A circulação dos ventos contra a costa leste do Nordeste traz muita umidade e aumentam as instabilidades, que provocam chuva desde o leste da Bahia até o litoral do Rio Grande do Norte. Os volumes serão baixos. No restante do Nordeste, o tempo permanece seco e bastante quente.

Norte
O tempo segue instável na maior parte da região Norte. As pancadas de chuva ocorrem alternadas com períodos de melhoria, sendo as chuvas mais intensas entre o norte do Amazonas e Roraima. Já no sul e leste do Pará e no Tocantins o tempo segue firme e com predomínio de sol. As temperaturas seguem bastante elevadas e o calor é intenso na região. A umidade relativa do ar fica baixa principalmente sobre o Tocantins.