Unidos da Tijuca leva a vida no campo para o Carnaval

Enredo da escola de samba carioca, "Semeando Sorriso", festeja a terra e o homem que tira dela o seu sustento

A Unidos da Tijuca, última escola a entrar na avenida no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro neste domingo, dia 7, levou o campo e a agricultura para a Marquês de Sapucaí. Segundo o carnavalesco Mauro Quintaes, o enredo “Semeando Sorriso” festeja o solo sagrado, a terra e o homem que tira dela o seu sustento, e é bem brasileiro.

Com uma criativa comissão de frente, em que um homem regava a terra e fazia brotar os frutos, a escola começou seu desfile arrancando muitos aplausos.

O samba-enredo foi considerado um dos pontos fortes da Tijuca em 2016. Quintaes lembrou que, nos últimos anos, embora a escola fizesse um bom desfile, não conseguia ter no samba um destaque.

“A escolha do samba foi maravilhosa. A disputa foi muito boa. Uma boa sinopse gera um bom samba. A Tijuca estava muito carente de um bom samba nos anos anteriores. Até veio bem, mas o samba nunca pontuou. Certamente, o samba deste ano é maravilhoso e vai inspirar todo mundo até a trabalhar melhor e cantar melhor. O diferencial da Tijuca este ano é o samba-enredo”, acrescentou o carnavalesco.

Uma das alegorias tinha uma plantação de milho caracterizada com um complemento de um trator cuja marca formava o nome de Tijuca, além de ter as cores da escola: amarelo e azul.

O abre-alas em tom de terra chamou a atenção porque era uma alegoria viva, que é uma característica da escola quando em outros carnavais eram feitas pelo ex-carnavalesco da Tijuca, Paulo Barros. A alegoria de 2016 trazia seis componentes em movimento para formar o nome da escola. Além dos que participaram da formação da palavra, outros estavam espalhados no carro. Ao todo, segundo o coreógrafo Tony Tara eram 170 integrantes. Todos tiveram que fazer um preparo na concentração e passar argila com água, para manchar todo o corpo e ficarem com a cor de terra.

“A Tijuca incorporou a leitura de expressão corporal nos carros, que foi uma herança do Paulo Barros. Fomos ao mesmo estilo, mostrando qualidade e com a diferença de que, com um samba bonito, valeu muito mais a pena”, concluiu o carnavalesco.