Um exemplo do crescimento do uso dos transgênicos é o produtor rural Valcírio Hasckel, de Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Ele planta milho e fornece para ração animal. Há três anos, 20% da área era cultivada com o grão modificado, resistente a insetos, número que saltou para 80% em 2011. O produtor afirma que está satisfeito com o resultado da tecnologia na lavoura.
— Custo é praticamente o mesmo, mas eu tenho mais produtividade. Minha rentabilidade aumentou — comenta.
O Brasil é o segundo maior usuário de biotecnologia, atrás apenas dos Estados Unidos. A maior parte foi com soja (20,6 milhões de hectares – 68%), seguida pelo milho (9,1 milhões de hectares – 30%) e pelo algodão (600 mil hectares – 2%). Anderson Galvão, representante do ISAAA no brasil, acredita que o produtor rural brasileiro está percebendo melhor as vantagens da biotecnologia.
Apesar da preferência do produtor brasileiro, algumas lideranças do setor ainda se manifestam contra os transgênicos. A estimativa da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange) é de que 30% da soja produzida no Brasil ainda seja convencional. O diretor executivo da entidade, Ricardo Souza, afirma que o beneficio do transgênico dura pouco.
— O fato de usar uma semente transgênica possibilita que essa incidência de mato seja reduzida e isso é muito bom. Só que com o tempo e o reuso e a utilização constante do transgênico causa o mesmo problema que o convencional, só que numa velocidade muito maior. Então você acaba tendo ervas daninhas resistentes em muito menos tempo. A grande promessa dos transgênicos era de reduzir o volume de uso dos agrotóxicos.