Algodão: Brasil pede aos EUA dados sobre subsídio

Segundo o Ministério das Relações Exteriores não se trata de contencioso, mas apenas uma consulta prévia. Pedido foi feito durante reunião do Comitê de Agricultura da Organização Mundial do Comércio

O Ministério das Relações Exteriores afirmou que o Brasil já fez um pedido de informações aos Estados Unidos, em reunião do Comitê de Agricultura da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada na terça-feira, 21 de junho, em Genebra, na Suíça, sobre um novo subsídio concedido pelo governo norte-americano aos produtores de algodão de lá.

A pasta, no entanto, reitera que não se trata de medida semelhante ao contencioso instalado em 2009 entre as duas nações. Trata-se de uma consulta prévia para acompanhamento do novo programa de apoio aos cotonicultores americanos. Na próxima semana, provavelmente, o assunto será levantado em novo encontro dos membros do grupo na Europa.

O diretor executivo do IBA (Instituto Brasileiro do Algodão), Haroldo Cunha, afirmou que o Brasil quer saber detalhes do novo programa norte-americano para um acompanhamento de perto das ações. Ele descarta, porém, um novo contencioso. Segundo ele, o subsídio é pontual e não deve se tornar permanente, portanto não deve gerar impactos no mercado internacional de algodão ou prejuízos imediatos aos produtores brasileiros.

O programa, que começou a receber inscrições na segunda-feira, 20 de junho, vai destinar US$ 300 milhões para auxiliar produtores no processo de beneficiamento do algodão. O recurso será utilizado para pagar o descaroçamento da pluma. Mas, segundo Cunha, o governo americano previu regras e limites do benefício por hectare, região e renda do produtor, o que deve ajudar agricultores de menor porte.

Outro ponto destacado por Haroldo Cunha é que o programa foi anunciado após o fim do plantio do algodão, o que não caracteriza uma influência ou incentivo à produção.