Minas Gerais quer triplicar área de plantio do algodão

O estado possui o quarto maior polo de indústria têxtil do Brasil e apenas um quinto de toda a matéria prima utilizada nas indústrias é local

Fonte: Antonio Alencar/Canal Rural

Produtores de algodão de Minas Gerais planejam triplicar a área plantada nos próximos cinco anos, segundo um projeto foi divulgado junto com os números da safra 2016/2017 no estado. Atualmente, a produção de algodão em pluma prevista no estado deve ficar em 27 mil toneladas, volume parecido com o registrado na última temporada, mas com uma área plantada 10% menor.

Minas possui o quarto maior polo de indústria têxtil do Brasil e o setor consome cerca de 130 mil toneladas de algodão em pluma por ano, mas apenas um quinto de toda a matéria prima utilizada nas indústrias é produzida no estado. Para atender toda a demanda, no entanto, pretende reverter os números dos últimos anos.

De acordo com o presidente da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), Inácio Carlos Urban, somente 17 mil hectares foram cultivados neste ciclo. “É uma cultura extremamente técnica, então, tem vários produtores que reduziram um pouco a área de plantio. Apesar disso, eu diria que o algodão continua sendo uma cultura extremamente viável, desde que sigam a técnica dela”, disse.

A colheita começa em abril nas áreas de sequeiro e a Amipa aposta em mais produtividade por hectare e está otimista com a qualidade do produto. “Ano passado nós fechamos em 237 arrobas de caroço de algodão por hectare e, neste ano, a gente projeta 250 a 255 arroba de algodão em caroço por hectare . Nós temos uma área de agricultura familiar no norte de Minas em que o nível de produtividade é um pouco menor e isso reduz a produtividade média do estado, então, para Minas 250 arrobas está bom”,disse o diretor da Amipa Lício Augusto Pena.

Mudanças

Para aumentar a produtividade na região, o setor pretende implantar algumas medidas.  “Há uma série de medidas que foram aprovadas na Assembleia, entre elas investimentos em algodoeiras em regiões propensas ao cultivo de algodão para gerar emprego e renda. Além disso, vamos identificar produtores de grãos que tem condições de assimilar essa tecnologia e entrar para atividade”, falou Lício.

Parte do investimento virá do Proalminas, o programa mineiro de incentivo a cultura do algodão. O projeto foi criado em 2003 e garante benefícios para o setor, como a redução do ICMS para indústrias têxtil e subvenção nos preços do produto.

“O programa é fundamental para o setor algodoeiro de Minas Gerias, pois ajuda a manter a indústria que está localizada em pequenos municípios e tem importância social na geração de empregos e renda”, disse o coordenador do Proalminas, Leonardo Brumado Kalil.