Safra do algodão será menor por causa do clima

A próxima safra é estimada em 1,271 milhões de toneladas. Mato Grosso deve ter redução de 15% em relação ao ciclo anterior

Fonte: Henrique Bighetti / Canal Rural

A consultoria INTL FCStone estimou nesta terça, dia 31, produção de algodão no Brasil em 2015/16 de 1,271 milhão de toneladas, abaixo do 1,441 milhão de toneladas previstas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A FCStone apresentou pela primeira vez neste ciclo suas projeções para a fibra no evento “Algodão: administrando a volatilidade de preços”, em São Paulo. 

Para o maior Estado produtor, Mato Grosso, a consultoria espera uma safra de 851,95 mil toneladas, redução de 15% ante o ciclo anterior, citando a falta de chuvas ao longo do período de desenvolvimento e as previsões climáticas, que indicam manutenção do déficit hídrico para os próximos 15 dias, o que sugere perda de potencial produtivo contínua. 

Entretanto, com o alto porcentual de algodão plantado em safrinha no Estado, o cenário ainda pode mudar. “Mato Grosso tem 80% do algodão plantado em segunda safra, então a lavoura ainda está exposta ao clima. O algodão é uma planta resistente, se tivermos uma chuva forte daqui para frente, não recupera tudo, mas compensa um pouco”, destacou o consultor de Gerenciamento de Riscos da FCStone, Éder Silveira. A consultoria considera a área plantada de 607 mil hectares para o Estado. 

Para Mato Grosso do Sul, Silveira assinalou que há previsão de chuvas em um período em que o algodão já está com capulhos abertos, principalmente no noroeste do Estado. “Aumenta o nível de chuvas e em um momento o algodão começa a abrir. A chuva não vai ajudar produtividade e ainda pode comprometer qualidade”, destacou o consultor, se referindo principalmente à primeira safra, já que a safrinha, que representa 60% da produção do Estado, ainda está em desenvolvimento.

Para a Bahia, a FCStone destacou que o algodão foi bastante afetado pela estiagem, mas que a safra já está praticamente consolidada. “A Bahia está começando a colher. Há uma quebra prevista entre 40% e 50% da safra”, destacou o consultor. A FCStone projeta produção de 242,72 mil toneladas para o Estado. 

Silveira destacou ainda a situação de Minas Gerais, salientando que parte relevante da produção do Estado sofreu perdas devido ao clima desfavorável e que o cenário ainda é negativo em razão das previsões meteorológicas. A previsão da FCStone para o Estado é de colheita de 28,69 mil toneladas.