Arroz: importação cresce e preço segue sem reagir

Aumento de produção e cereal trazido do exterior elevaram oferta em 2,25 milhões de toneladas, enfraquecendo as cotações

Fonte: Paulo Lanzetta/ Embrapa Clima Temperado

As cotações do arroz em casca seguem fracas no mercado doméstico. Na média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, a saca de 50 quilos do grão em casca era cotada a R$ 40,21 no dia 10, mesmo patamar da semana anterior. Em relação a igual período do mês passado, a queda é de 0,12%. Quando comparada ao ano anterior, a retração é de 20,55%.

Conforme o analista da consultoria Safras & Mercado Élcio Bento, os compradores seguem processando os grãos adquiridos durante a colheita e estão pouco ativos para novas aquisições. “Assim, a reticência dos vendedores em negociar aos atuais patamares não é suficiente para garantir uma maior firmeza às cotações”, afirma.

O mercado segue com excesso de oferta em relação à demanda. Nos primeiros cinco meses da temporada, o comércio internacional contribuiu para uma elevação de 498,138 mil toneladas à disponibilidade interna quando se comparada ao mesmo período da temporada anterior. “Adicionando-se esse aumento à elevação da produção, que subiu de 10,535 milhões de toneladas na temporada 2016/2017 para 12,285 milhões de toneladas (+1,750 milhão de toneladas), verifica-se um aumento de 2,25 milhões de toneladas no total de arroz disponível para comercialização no país. Isto explica a fraqueza das cotações no país nesse momento”, diz o analista.

Nos cinco primeiros meses da temporada iniciada em março, somente o Paraguai destinou 310 mil toneladas (base casca) do cereal para o Brasil, o que corresponde a um aumento de 29% sobre o montante do ano passado. Do Uruguai, ingressaram 150 mil toneladas, com aumento de 59% em relação ao acumulado no mesmo período do ciclo comercial passado. A Argentina elevou em 8% as vendas para o Brasil, acumulando 75 mil toneladas. 

“O preço agressivo do arroz importado faz com que os compradores nacionais pressionem as cotações dos grãos em casca para seguirem competitivos”, completa Bento.