Avanço em negociação com Japão é para exportar carne termoprocessada

Por um equívoco de informação, o Ministério da Agricultura chegou a publicar que as negociações para a exportação de carnes termoprocessada e in natura

Fonte: Divulgação

O secretário-executivo e ministro interino da Agricultura, Eumar Novacki, esclareceu nesta segunda-feira, dia 5, que o Brasil avança nas negociações com o Japão apenas para a retomada da exportação de carne termoprocessada ao país asiático.

“Por questões sanitárias pontuais e específicas, as exportações de carne termoprocessada para o Japão estão suspensas há mais de um ano. Conseguimos comprovar que não há qualquer risco e as negociações estão avançadas para a retomada do comércio” disse o ministro, que fica interinamente no cargo até terça-feira em virtude da viagem do titular, Blairo Maggi, em missão ao México.

Por um equívoco de informação, o Ministério da Agricultura chegou a publicar na última sexta-feira que as negociações para a exportação de carnes termoprocessada e in natura para o Japão estavam em fase final. Mas, no sábado, dia 3, houve uma correção e a informação divulgada era de que o Brasil abriu o mercado para a carne de bovinos japoneses da raça Wagyu.

A notícia, porém, mexeu com o mercado na manhã desta segunda-feira. As ações do frigorífico Minerva, que exporta cerca de 60% da sua produção, avançaram quase 3,5% no início do dia e operadores atribuíram a alta à suposta iminência de consolidação do mercado japonês.

Em relatório, analistas do BTG Pactual afirmam que setor de carne bovina devia ficar no radar de investidores após a divulgação da nota. “Cabe lembrar que o Japão é hoje o 2º maior mercado importador de carne do mundo, o que pode ser transformacional para os papéis”, informou o BTG.

O Itaú BBA classificou Minerva e Marfrig como os principais beneficiados com a notícia e que as compras japonesas poderiam anular o recuo das aquisições da Rússia. O Itaú BBA ressaltou, ainda, que o Japão foi o segundo maior importador de carne bovina do mundo em 2015, com 707 mil toneladas, ou cerca de 40% de todas as exportações brasileiras para outros países.

Novacki admitiu que as negociações para abertura do mercado japonês para a carne in natura brasileira ainda devem ser longas e um possível acordo demoraria mais de um ano para ocorrer. “Pelo menos os japoneses estão com boa vontade”, concluiu o ministro.