Cresce o abate de bois com menos de 36 meses em Mato Grosso

Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária divulgou levantamentos para pecuária e grãos nesta terça, dia 31; milho apresenta grave redução de produtividade, enquanto estimativa para soja é de safra 6,87% maior

Fonte: Sistema Faep

A participação de bois com menos de 36 meses no abate total de Mato Grosso está crescendo, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). De janeiro a abril deste ano, 55,25% dos animais abatidos tinha menos de três anos de idade, a maior participação de animais desta idade no abate realizado no estado em um primeiro quadrimestre de ano.

ciclo menor de vida do animal é importante para a pecuária, com aumento da rentabilidade e produção de carnes de mais qualidade. “O abate de bovinos mais novos, além de atender à exigência de alguns mercados importadores de carne bovina, também aumenta a capacidade de engorda do pecuarista, já que este consegue realizar mais “giros” de animais em seu pasto”, diz o Imea em relatório. Ainda de acordo com o instituto, esta constatação sinaliza melhor manejo da produção. 

Em abril, Mato Grosso abateu 349 mil cabeças, 1,45% a menos do que em igual mês de 2015 (390 mil cabeças).

Milho

O Imea reduziu mais uma vez sua previsão de produção de milho no estado para 21,24 milhões de toneladas, ante 23,09 milhões de toneladas na projeção anterior. O principal motivo para a revisão foi a redução na perspectiva de produtividade, levando em consideração os impactos climáticos negativos nas lavouras de segunda safra. Se confirmada a projeção, a produção em Mato Grosso neste ano será 18,9% menor que a do ciclo anterior.

O rendimento das lavouras foi projetado em 83,4 sacas por hectare, uma queda de 8% na comparação com a estimativa anterior, que considerava produtividade de 90,7 sacas por hectare. Se a previsão for concretizada, a produtividade da temporada atual ficará 23,2% abaixo da observada no estado em 2014/2015, quando os agricultores colheram em média 108,6 sacas por hectare. “As lavouras do milho segunda safra de Mato Grosso estão sofrendo impactos bastantes negativos neste ano, isso por causa do regime pluviométrico esperado não ter se consolidado nos últimos 60 dias, comprometendo assim o desenvolvimento das plantas, principalmente as semeadas após a janela ideal”, alerta o relatório.

A projeção de área foi mantida em 4,245 milhões de hectares, incremento de 5,5% na comparação com a área semeada em 2014/2015. 
  
Soja

O Instituto divulgou também a sua primeira expectativa para a safra de soja 2016/2017 do em Mato Grosso, projetando estabilidade na área, mas aumento da produção em 6,87%. O Imea prevê plantio de soja em 9,229 milhões de hectares no próximo ciclo, o que representa um aumento de apenas 0,28% ante os 9,203 milhões de hectares semeados na temporada 2015/2016.

“A nova safra deve registrar o menor aumento desde a série histórica acompanhada pelo Imea (safra 2007/2008), ficando bem abaixo do aumento da área de soja registrado na média das últimas cinco safras, que é de 7,6%”, destacou. Para a estimativa inicial de área de soja na próxima safra, o Instituto tomou como base a expectativa dos agentes do mercado e dados levantados junto a 547 produtores de soja em Mato Grosso em abril deste ano.

É projetado ainda aumento de produtividade, embora o Imea saliente que boa parte dos insumos ainda precisa ser adquirida pelo produtor. “Espera-se que na nova safra os investimentos em tecnologia continuem ocorrendo, o que impulsiona a expectativa sobre o rendimento das lavouras”, destacou o instituto. A projeção inicial aponta para uma produtividade de 53 sacas/hectare na safra 2016/2017, cerca de 6,24% superior à safra 2015/2016 e semelhante à consolidada no ciclo 2014/2015, que foi de 52,9 sacas/ha.

Com isso, a produção esperada é de 29,385 milhões de toneladas, ante 27,497 milhões de toneladas no ciclo 2015/2016. 

“A primeira expectativa sobre temporada 2016/2017 aponta para um aumento de produção baseada em ganhos com a produtividade a campo, diferente do que ocorreu nas últimas safras, onde a produção registrou crescimento com base, principalmente, no aumento de área”, destacou o Imea, ponderando que qualquer interferência climática poderá trazer impactos na oferta do novo ciclo.