Governo de SP não renova decreto que dá benefícios fiscais aos frigoríficos

Medida permitia que indústrias acessassem créditos de ICMS. Sindicato afirma que há risco de preço da carne subir 12% no varejo e ameaça de desemprego no setor

Fonte: Divulgação: José Luiz Alves / Decom – Governo de Rondônia

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não renovou o Decreto 57.686, de 2011, que concede benefícios fiscais aos frigoríficos do Estado de São Paulo, informou o Sindicato da Indústria do Frio no Estado de São Paulo (Sindifrio). A medida permitia que as indústrias do setor acessassem créditos acumulados de ICMS, mesmo com débitos inscritos na dívida ativa estadual. O prazo para a renovação venceu na quinta-feira, dia 31.

Ainda segundo o sindicato dos frigoríficos, o governador deve se reunir com a categoria para a reformulação da medida e uma nova publicação.
O decreto vinha sendo renovado anualmente desde sua instituição. No entanto, a medida virou alvo de polêmica quando, em janeiro deste ano, o Sindicato dos Agentes dos Fiscais de Renda (Sinafresp) protocolou um ofício endereçado à Secretaria da Fazenda do estado se posicionando contra a renovação do decreto que, segundo a entidade, “causa significativo prejuízo à população do Estado”. “Se os ralos de não são tapados não tem como aumentar a arrecadação”, disse Alfredo Portinari Maranca.

Segundo levantamento da instituição, o crédito acumulado apropriado pelos principais frigoríficos do setor entre 2011 e 2015 é de cerca de R$ 897,5 milhões. 

Por outro lado, o Sindifrio iniciou durante a semana uma campanha pela renovação do decreto. A instituição alegou que, caso não houvesse a renovação, haveria o risco de o preço da carne bovina subir 12% no varejo e 50 mil empregos diretos e outros 150 mil indiretos da indústria estariam ameaçados. A instituição chegou a enviar na terça-feira um ofício ao governador solicitando uma audiência.