Com 35% das cidades dependendo do café, Minas busca baratear custo da cultura

Com forte ligação econômica com a cafeicultura, estado investe na resolução de gargalos da cadeia produtiva, como o embarque dos grãos para exportação

Fonte: Cleverson Beje

Minas Gerais tem 853 municípios; 70% deles produzem café e, desses, metade depende economicamente da cultura. Com uma ligação tão forte com a cafeicultura, o estado vem buscando soluções para baratear os custos de produção, aprimorando desde as técnicas de plantio até o embarque dos grãos.
 
Anualmente, Minas produz 30 milhões de sacas de café, que rendem algo em torno de R$ 15 bilhões. A comercialização no estado se dá, geralmente, por meio da venda para as cooperativas, que negociam com os exportadores, ou diretamente com as indústrias nacionais e estrangeiras. A prática envolve grande logística e infraestrutura. Segundo o presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG), Archimedes Coli Neto, os maiores gargalos da cadeia produtiva são problemas ligados à exportação e falta de apoio ao produtor. 

Para ajudar os produtores mineiros a obterem melhores resultados nos embarques, a entidade emite certificado de origem para o café e dá cobertura nos trâmites da exportação. “Mas a estrutura ainda é um problema, e é preciso tentar reduzir as intermináveis taxas alfandegárias”, afirma Coli Neto.
 
Uma das formas para reduzir esse custo é a utilização de um porto seco no município de Varginha, no sul mineiro, onde está concentrada a cafeicultura do estado. A estrutura está em funcionamento há sete anos e é uma alternativa ao porto de Santos (SP). 
 
Até o final do ano, o porto seco terá funcionamento 24 horas por dia, o que deve dar impulso ainda maior às exportações, diz o diretor comercial do terminal, Breno Nogueira. “Como os exportadores formam lotes grandes, de 10 a 15 contêineres, eles não consegue pegar o horário de funcionamento da Receita Federal, então acreditamos que (a extensão de horário) deve ampliar ainda mais”, diz.
 
De acordo com o presidente da CCCMG, o desembaraço no porto seco é mais rápido, tem custo menor e direciona a mercadoria diretamente para o porto marítimo. “Você não tem que ficar passando por todo aquele trâmite, aqui você tem muito mais agilidade”, afirma Archimedes Coli Neto.