Café: indústria prevê suprimento apertado até próxima safra

Regiões produtoras acusam problemas com excesso de calor e já fazem revisões nas projeções sobre tamanho da colheita, diz diretor da Abic

Fonte: Cleverson Beje

A indústria de café do Brasil aposta em um suprimento apertado até abril ou maio do ano que vem, quando se inicia a próxima colheita. Em entrevista durante a Semana Internacional do Café (SIC 2017), evento realizado em Belo Horizonte (MG) na semana passada, o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Nathan Herszkowicz, disse que a indústria está acompanhando “com muita atenção” a situação das lavouras, que passaram por prolongada estiagem e agora sofrem com altas temperaturas.

“Houve estimativa circulando lá fora de uma produção de 60 milhões de sacas para o ano que vem, mas isso já foi contestado. Várias regiões produtoras acusam problemas com excesso de calor, especialmente as áreas de arábica de Minas Gerais, e já fazem revisões nas projeções sobre o tamanho da próxima safra”, disse.

A safra deste ano foi pequena, insuficiente para alimentar os negócios de exportação e consumo interno, disse Herszkowicz. “Os estoques físicos são os mais baixos dos últimos dez anos. Então, até a colheita da próxima safra, deveremos ter um suprimento apertado, sem excedentes”.

De acordo com o executivo da Abic, não vai haver uma safra gigantesca, como já foi dito. “Isso significa preocupação, por enquanto, e mais para frente criará uma interrogação. Todos estão se queixando de temperatura muito alta, o que não é comum em outros anos para esta época”, diz Herszkowicz.