Frete para o açúcar brasileiro está 77% mais barato

Petróleo e dólar aumentam competitividade do produto nacional

Fonte: Divulgação/Apla

A consultoria INTL FCStone destacou em relatório que a competitividade do açúcar brasileiro no mercado internacional está cada vez melhor. O analista João Paulo Botelho destaca que o baixo preço do petróleo, combinado com outros fatores (como a desaceleração na China), vem levando a forte queda no preço do transporte marítimo, o que “deve dar sustentação para o prêmio de exportação do açúcar, uma vez que o frete é a principal diferença entre o produto dos principais portos de origem”. Dessa forma, o prêmio/desconto no Porto de Santos (SP) tende a se aproximar daquele notado nos portos asiáticos.

Na semana passada, o frete da tonelada de açúcar de Santos para Taiwan chegou a ser cotado em US$ 18,14, quase metade de um ano atrás e 77% abaixo do início de 2014. Considerando o mercado chinês, o VHP (açúcar bruto de alta polarização) brasileiro chegava com custo de US$ 439/t no começo de 2014, 5,4% mais caro que o equivalente tailandês. Já no nível de preços da última quinta, dia 14, o produto do Brasil chegaria neste mercado cotado a US$ 350/t, 2% mais barato que o seu concorrente asiático. A maior distância do Brasil para os maiores importadores de açúcar em relação aos principais competidores neste mercado significa que a queda no preço do frete aumenta a competitividade do produto nacional.

Conforme Botelho, com a disparada no dólar em relação ao real, o custo do frete rodoviário interno também caiu consideravelmente quando cotado na moeda americana. Apesar do preço desta modalidade de transporte ter subido em média 17% desde o começo de 2014, a desvalorização cambial levou o preço em dólares a cair 30%.

O analista ressaltou que o frete rodoviário tem influência mais direta sobre a remuneração das usinas, uma vez que estas empresas são normalmente as que arcam com este custo. Combinadas estas duas mudanças, nos fretes marítimo e rodoviário, a participação do transporte no preço do VHP brasileiro colocado na Ásia caiu de 25% para 12% no caso do produto de Ribeirão Preto (SP), concluiu ele.