Safra 2017/2018 de cana deve alcançar 585 mi de toneladas, diz Unica

Levantamento da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar indica queda de 3,65% em relação ao volume obtido na temporada passada

Fonte: John Deere/divulgação

A moagem da safra de cana-de-açúcar 2017/2018 no Centro-Sul do Brasil, iniciada oficialmente neste mês, deve alcançar 585 milhões de toneladas, queda de 22,14 milhões de toneladas (ou menos 3,65%) em relação às 607,1 milhões de toneladas processadas na safra anterior. Os números fazem parte do primeiro levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em conjunto com os demais sindicatos e associações de produtores, divulgado nesta quarta-feira, dia 26.

Segundo a Unica, a queda resulta, sobretudo, da ligeira retração de 1,5% na área disponível para colheita e da diminuição esperada na produtividade agrícola do canavial a ser colhido no ciclo 2017/2018. “Esse recuo decorre da estagnação da área cultivada e da maior renovação do canavial com plantio de 18 meses”, diz a Unica, em comunicado.

Em relação à produtividade agrícola, dois fatores principais influenciaram a expectativa de queda para a safra 2017/2018, de acordo com a Unica: a redução na quantidade de cana bisada (cana que deveria ser colhida em uma safra, mas será colhida apenas na safra seguinte) e o envelhecimento do canavial. No ciclo 2016/2017, quase 8% da área colhida foi representada por cana bisada, cujo rendimento agrícola médio atingiu 97,19 toneladas por hectare. Já para a safra 2017/2018, este porcentual deve totalizar cerca de 1%, reduzindo, portanto, o efeito positivo dessa variável sobre a produtividade média do canavial colhido no Centro-Sul.

Envelhecimento

Conforme a Unica, com relação ao envelhecimento do canavial, no último ano a área de reforma e de expansão da lavoura respondeu por apenas 14,5% da área colhida, muito aquém dos 18% que deveriam ser observados em uma condição regular de produção. Como resultado, a idade média do canavial disponível para a colheita no ciclo 2017/2018 aumentou: saltou de 3,55 anos registrados na safra 2016/2017, para 3,72 anos na 2017/2018.

O efeito do envelhecimento da lavoura e da menor proporção de cana bisada sobre o rendimento agrícola deve ser atenuado pelas melhores condições climáticas observadas até o momento em diversas regiões canavieiras e pela retomada dos tratos culturais em níveis satisfatórios ao longo do último ano. Adicionalmente, no ciclo 2016/2017 a produtividade agrícola teve impacto negativo da geada que acometeu parte dos canaviais – fenômeno que, a princípio, não deve ocorrer nesta nova safra.

O resultado é que o rendimento esperado para a área a ser colhida no ciclo 2017/2018 apresenta queda de aproximadamente 2% na comparação com o último ano, quando alcançou 76,64 toneladas de cana por hectare.

Usinas

Segundo a Unica, a capacidade de moagem e o número de unidades em operação não devem apresentar alteração significativa na safra 2017/2018. Levantamento da entidade indica que duas unidades fechadas nos últimos anos devem ser reativadas no ciclo que se inicia, das quais uma no estado de São Paulo e outra em Mato Grosso do Sul. 

Em contrapartida, quatro unidades que operaram na última safra não devem processar cana em 2017. “Em virtude da baixa oferta de matéria-prima, essas empresas decidiram direcionar a cana-de-açúcar para processamento em outras plantas industriais”, relata a Unica.