Dinamarca é o país mais orgânico e feliz do mundo

Prevista por lei, meta do país é expandir área cultivável e tornar a agricultura 100% sustentável; no futebol, seleção quer volta da fase “Dinamáquina”

Fonte: Ty Stange/visitcopenhagen.com

Desenvolvimento sustentável do campo para a cidade, economia estável e planejamento urbano. Essas são algumas das características mais marcantes da Dinamarca, “o país mais feliz do mundo”, segundo o ranking da Organização das Nações Unidas (ONU).

Membro ativo da União Europeia, o país escandinavo é conhecido pela culinária, pelo design moderno e pela cultura sustentável, implantada há mais de duas décadas e incentivada pelo governo, que quer converter a agricultura integralmente para esse sistema. A iniciativa, criada inicialmente para poupar a utilização de água na atividade agrária, movimentou um crescimento de 200% na exportação de produtos orgânicos ou biológicos.

Os carros-chefes da produção agrícola são a cevada, o trigo e o centeio, que representam mais da metade da atividade produtiva em todo o país. Parte desses cereais também é destinada à alimentação de animais, assim com o cultivo de pastagens artificiais e forragens, que ocupam pouco mais de 10% da área verde do país. As hortaliças e frutas também não ficam atrás: a alta produção de beterraba, batata e maçãs, além de movimentar o campo, mantém o alto padrão nutricional dos dinamarqueses.
 
A criação animal não tem participação tão significativa na economia do país quanto a agricultura. Devido à intenção da União Europeia de reduzir a taxa de excedentes lácteos, o rebanho de gado leiteiro diminuiu ao longo dos anos na Dinamarca. Ainda assim, a pecuária de leite é uma das principais atividades das cooperativas locais, voltadas principalmente para a fabricação de manteiga e queijo.

De tudo o que é produzido pela agricultura, apenas um terço é consumido no próprio país. Cerca de 65% do território é utilizado para a agricultura. Ainda assim, a exportação de produtos industrializados é quatro vezes maior que os embarques do setor agropecuário, onde a força de trabalho é cada vez menor. 
 
O intercâmbio comercial é realizado, principalmente, com países-membros do bloco europeu, sendo a Alemanha o parceiro mais importante. No ano passado, US$ 317,73 milhões em produtos brasileiros foram exportados para a Dinamarca, incluindo medicamentos veterinários, farelo de soja, café em grãos e fumo. No mesmo período, o Brasil importou US$ 590,21 milhões em produtos dinamarqueses, entre eles, medicamentos para medicina veterinária (em menor proporção), sementes e herbicidas.

Vacas em parques 
 
Como a utilização do gado de corte deixou de ser uma opção rentável para o país, muitas das pastagens foram abandonadas e incorporadas pelas cidades. Nesse novo modelo de urbanização, em 1991, cooperativas da cidade de Hoje-Taastrup, localizada na grande Copenhague, capital do país, se uniram em prol de uma mudança nesse cenário. 
 
A criação de vacas em parques se tornou uma prática comum e contribuiu com o surgimento da biodiversidade nas cidades. Através da alimentação dos animais, a diminuição do capim favorece o desenvolvimento de plantas nativas e novas espécies, além de atrair pássaros e insetos para as vegetações. O ciclo, que tem início na primavera, termina no outono, com o abate das vacas e a divisão da carne entre os associados.
 
A iniciativa não visa ganhos econômicos, mas o bem-estar dos animais. A carne bovina comprada em supermercados é bem mais barata, mas os associados acreditam que, de modo geral, saber que a carne que se consome vem de um animal que, quando vivo, foi bem tratado, faz toda a diferença e favorece a consciência da família em torno da educação ambiental.
 
No futebol
 
Em sua quinta participação na Copa do Mundo, a seleção dinamarquesa está disposta a reconquistar os gramados, após a ausência de 2014. Em 1986, o time foi apelidado de Dinamáquina, por apresentar um excelente desempenho em campo, marcado pela goleada de 6 a 1 no Uruguai, na primeira fase. Mas o sonho foi interrompido pela Espanha nas oitavas de final, que emplacou 5 a 1 no jogo. 


 Eriksen é a aposta da seleção escandinava para voltar a ser a Dinamáquina
 

Nesta Copa do Mundo, as apostas do time são o camisa 10 Cristian Eriksen, conhecido por ser um bom armador, capaz de finalizar jogadas a média distância; e o volante Thomas Delaney, protagonista no ataque. A defesa ainda é vulnerável, mas não se pode deixar de acreditar.

O melhor resultado dos dinamarqueses no mundial foi o 8º lugar na Copa de 1998, quando a seleção alcançou as quartas de final. Em 2002, a eliminação veio nas oitavas. O ano de 2010, por sua vez, foi o único em que o país não conseguiu sair da fase de grupos. Campeã da Eurocopa de 1992 e da Copa das Confederações de 1995, a seleção integra o Grupo C, junto com Austrália, França e Peru.