Exportações: sustentabilidade deve ser a bandeira dos produtos brasileiros

O secretário de relações internacionais do Ministério da Agricultura, Odilson Ribeiro, foi o entrevistado do programa Direto ao Ponto deste domingo, 4

Fonte: Direto ao Ponto/ Divulgação

O Brasil conseguiu ampliar o participação no mercado internacional, com mais volume exportado ano a ano e maior valor arrecadado, mas ainda pena para melhorar a imagem dos produtos agrícolas no mundo. Essa é a grande missão do Ministério da Agricultura, segundo o secretário de relações internacionais, Odilson Ribeiro.

Em entrevista ao programa Direto ao Ponto deste domingo, dia 4, ele contou as estratégias que o país pode adotar para mudar a percepção dos estrangeiros sobre a produção brasileira e conseguir preços cada vez melhores pelo o que vendemos para fora.

Ribeiro foi taxativo quanto ao desafio mais urgente do Brasil para ampliar exportações e arrecadação. “O grande desafio agora é a questão da imagem do produto brasileiro. Alguns são muito exportados, mas ficam invisíveis, por exemplo, a carne. Na União Europeia, você não vê carne brasileira porque ela é exportada para os serviços de hotéis e restaurantes. Não tem visibilidade para o consumidor justamente por causa das campanhas contra a carne brasileira”, explicou.

Para o secretário, o Brasil precisa agregar valor nos produtos e tem um diferencial que nenhum outro país tem: produção agropecuária aliada à preservação ao meio ambiente.

“Isso pode criar um apelo positivo ao consumo desses itens. Por exemplo, a sustentabilidade. Sustentabilidade como no Brasil, preservando margens de rio, áreas de proteção ambiental, nenhum outro país faz e nós fazemos muito bem, 66% do país é preservado. Esse tipo de atributo precisa ser mais valorizado no Brasil e no exterior e ser agregado junto aos produtos brasileiros”.

Diminuir custos
Outra necessidade para impulsionar a produção e a exportação de produtos agropecuários brasileiros é a diminuição dos custos. Gastar menos significa maior atratividade e competitividade frente aos concorrentes. Para isso, o secretário Odilson Ribeiro afirma que o Ministério da Agricultura espera, ainda a longo prazo, equiparar os preços dos insumos consumidos no Brasil aos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul).

“A gente deveria harmonizar dentro do Mercosul as exigências sanitárias e fitossanitárias para os insumos. No Brasil tem exigências muito restritivas para agrotóxicos, exige um nível de pureza muito grande. Em outros países esse nível não é tão grande e isso dá uma diferença no preço. O ideal é que o Mercosul integrasse e fizesse avaliação de risco em conjunto para que a partir dessa avaliação a gente tivesse medidas harmonizadas. Equilibraria preços de insumos e integraria mais”, disse.

Acordo Mercosul X União Europeia
O secretário também destaca os avanços nas negociações entre Mercosul e União Europeia na busca por um acordo comercial e acredita que será finalizado em breve. Segundo Odilson, a conversa está em uma fase crítica de estabelecimento de cotas para produtos e tarifas diferenciadas. Vários segmentos da agropecuária nacional devem ser beneficiados, mas a fruticultura deve sentir os reflexos antes.

“Com esse acordo, o setor de fruticultura vai ter um ganho grande porque as tarifas vão ser zeradas. A União Europeia é um mercado que consome mais de 80% das exportações de frutas do Brasil e hoje nossos concorrentes não tem tarifa porque já fizeram acordo com UE”.