Interesses pessoais podem limitar reforma política, avalia deputado

Durante o programa Direto ao Ponto, Adilton Sachetti afirma acreditar que as mudanças no sistema não serão significativas

Fonte: Canal Rural/divulgação

O deputado federal Adilton Sachetti (PSB-MT) afirmou que as propostas de reforma política em análise no Congresso Nacional atualmente sofrem forte pressão dos interesses eleitorais e pessoais dos parlamentares que vão votá-las. Em outras palavras, as mudanças estão sendo realizadas em cima da hora (têm que ser votadas até outubro para valerem para as eleições de 2018) e serão influenciadas muito mais por isso do que pela vontade popular. A análise foi feita em entrevista ao programa Direto ao Ponto deste domingo, dia 24.

Segundo o parlamentar, a reforma não será significativa. “Não é a reforma ideal, tinha que mexer em todo o sistema. Mas mexe com o interesse de quem está votando, sofre pressão da sua eleição”. 

Sachetti defende, principalmente, a criação da chamada de desempenho ou de barreira. A medida estabelece que os partidos tenham acesso às cotas do fundo partidário apenas se alcançarem determinada porcentagem de votos nas eleições em, pelo menos, nove estados. O deputado acredita que isso pode reduzir o número de legendas e beneficiar a identificação política dos cidadãos.

Reforma tributária

Outra reforma em discussão na Câmara dos Deputados foi tema da entrevista: a tributária. Assim como na tentativa de mudar as regras eleitorais, há dificuldades para alterar a legislação sobre impostos e contribuições no país. Atualmente, são mais de 40 tributos. A proposta em análise pelos parlamentares quer simplificar a cobrança e reduzir o máximo possível esse número.

Sachetti explica que a principal mudança deve ser na forma de contribuição. “Tributar a renda, não o consumo. Hoje, o sistema é injusto, mais humildes pagam mais, o impacto é maior. Quem tem mais contribuirá mais. Uma simplificação para saber quanto está pagando e onde está pagando”. 

O problema, segundo o deputado, será implantar a reforma tributária. “Tem que haver concordância com municípios e estados e prazos para adaptação. Seriam seis anos de migração do sistema atual de tributos para o novo”, diz.