Angus do Pampa ganha selo de origem para valorização da carne

Certificado será garantia de que produto é obtido em sistema de criação típico do Rio Grande do Sul

A Associação Brasileira de Angus e o Frigorífico Marfrig assinaram, nesta segunda, dia 31, na Expointer, um convênio para implementar o Selo de Qualidade Angus do Pampa.

O objetivo é certificar a carne obtida por meio de um método de criação típico do Rio Grande do Sul, em que os animais são mantidos com acesso livre a pastagens – podendo ser suplementados com grãos e compostos vegetais ou minerais – e abatidos com no máximo 30 meses (4 dentes), entre outras exigências. Os abates desse projeto começam neste mês.

Para o presidente da associação de criadores, José Roberto Pires Weber, o principal diferencial da produção gaúcha é a farta oferta de forrageiras de alto desempenho nutricional. 

– No Rio Grande do Sul, o rebanho angus tem características únicas que lhe conferem capacidade de acabamento de carcaça diferenciado mesmo a campo. É uma condição única que precisa ser valorizada e reconhecida pelo mercado consumidor – afirma Weber.

Pecuária sustentável

– Este selo nos permitirá agregar valor à carne gaúcha e oferecer aos brasileiros um produto tipicamente produzido na região, com o terroir dos pampas – afirma o diretor de originação do Grupo Marfrig, José Pedro Crespo.

O diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff Salvador, acrescenta que existe uma tendência mundial de busca por produtos provenientes de sistemas sustentáveis. Ele afirma que os criadores brasileiros precisam se adequar a essas práticas e certificá-las. 

– É uma forma de garantir um valor adicional aos pecuaristas que obtêm uma carne especial, produzida em condições extremamente naturais e de acordo com as tendências mundiais de pecuária sustentável – diz Salvador.

Inicialmente, a carne com o selo Angus do Pampa estará à venda no varejo do Rio Grande do Sul e em butiques especializadas de São Paulo.