Importação de feijão não resolverá desabastecimento

Agora, estímulo para a produção faz com que feijicultores temam o crescimento excesivo da oferta e gere queda brusca nos preços, como em 2014

Para o setor produtivo de feijão, o desabastecimento do grão não deve ser resolvido com a importação do insumo. Enquanto os produtores estão otimistas com a terceira safra, também demonstram preocupação com o excesso de plantio na próxima temporada, que pode fazer com que os preços despenquem a ponto de não cobrir os custos de produção.

O desabastecimento de feijão no Brasil fez o valor da saca do produto chegar a R$ 500. O diretor da sementeira Aliança, Rafael Lawson, diz que a empresa está com dificuldade para viabilizar lotes da semente.

“Geralmente custa entre R$ 120 a R$ 180. Hoje com feijão a R$ 500, nosso custo subiu para R$ 15 o quilo”, explica.

As principais regiões produtoras, como Minas Gerais e Goiás sofreram com a falta de chuvas no desenvolvimento da planta, e depois com o excesso na colheita. A segunda safra, por exemplo, teve problema com a mosca branca.

Ao mesmo tempo que o feijão com alto preço anima os produtores, também preocupa com o desequilíbrio que pode ser gerado no mercado. Os feijicultores temem que o crescimento da oferta, o preço pago ao produtor possa a voltar a R$ 60 por saca, como aconteceu em 2014.