Arlete Pelegrini é apaixonada pelo campo. Ela vive da produção de geleias artesanais, suco de uva integral, extrato de tomate e outros artigos feitos pela família em uma pequena propriedade em Paraí (RS). Há sete anos participando da Feira da Agricultura Familiar, que acontece na Expointer, em Esteio (RS), nesta edição, ela resolveu inovar e trouxe a geleia de cebola-roxa para o seu stand.
“A cada ano a gente sai em busca de uma coisa diferente. No ano passado, trouxemos a geleia de caipirinha. Neste, além da geleia de cebola, tem a geleia sem açúcar nos sabores goiaba, frutas vermelhas e amora”, conta.
A nova geleia pode ser usada para temperar carnes ou outros pratos e, segundo a produtora, tem sido bem aceita por quem visita a feira e prova o quitute. A receita do produto foi desenvolvida recentemente pela família da produtora, e já trazida para a Expointer. “Como foi a primeira vez, nós produzimos umas cinco caixas, o que dá umas 100 geleias”. Até esta segunda-feira, dia 28, três caixas já foram vendidas quase totalmente.
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Outras novidades
Há mais novidades na Feira da Agricultura Familiar, que reúne expositores de 201 municípios. Até o próximo domingo, dia 3, os visitantes também vão encontrar, por exemplo, um espaço para produtos feitos à base de leite de cabra, um stand de picolé artesanal e uma rua inteira – a rua 3 – destinada a produtores de Minas Gerais, criando a oportunidade de intercâmbio entre mineiros e gaúchos.
Nessa área, é possível conhecer, por exemplo, o queijo senzala, ganhador dos prêmios Ouro e Super Ouro no Salão Mundial do Queijo, na França. Orgulhosos, os produtores Joel e Marly Leite são a quarta geração da família na propriedade em Sacramento (MG) e estão felizes com a possibilidade de trazer o produto para o Rio Grande do Sul.
“Nossa vontade é levar o produto para o Brasil inteiro. Então teve essa chance e eu embarquei. Depois que surgiu o prêmio, já estamos vendendo para alguns lugares, mas aqui é a primeira vez”, conta Joel Leite.
Entre os expositores gaúchos está Cláudia Almeida, dona da Cabanha Rancho das Cabras, que deixou a cidade de Canoas, na área metropolitana de Porto Alegre, para produzir leite de cabra no município de Taquara há 10 anos. Agora, ampliou os negócios abrindo um laticínio próprio. “Nós entregávamos para uma empresa do Rio de Janeiro, mas, há dois anos, ela saiu aqui do Sul. Então ou a gente mudava o rumo da produção ou voltava para a cidade. Eu comecei a fazer cursos e me aperfeiçoar e aí montamos o laticínio”, diz.
Agora a família produz queijos e iogurtes naturais dentro da pequena agroindústria. Segundo Cláudia, os benefícios do leite de cabra são amplos, e é preciso divulgá-los mais. “É um leite que tem mais cálcio, menos colesterol, ajuda na imunidade do organismo, além de ser hipoalergênico, ou seja, pode ser consumido por quem tem intolerância a lactose”, afirma.
Rafaela Albuquerque Jacobs também deixou a área urbana de Estância Velha para morar com o marido em uma propriedade na área rural do município. A fonte principal de renda é a venda de queijo e iogurte para merenda escolar. Em época de férias, no entanto, sentia no bolso a queda nos pedidos. O jeito foi apostar em novos produtos, optando por picolés artesanais.
“O queijo e o iogurte já têm boa aceitação e, agora, temos certeza de que o público vai gostar dos picolés. Esta é nossa estreia e trouxemos os sabores banana caramelizada, morango, mirtilo, nata, chocolate e coco, os melhores que temos. A ideia é utilizar frutas da época, usando apenas o açúcar da fruta”, conta Rafaela.
