Após crise do milho, suinocultores estão otimistas com o custo da produção

A dica para os produtores é estocar o milho para enfrentar a época do ano em que os preços podem ficar mais elevados

Fonte: Thiago Gomes/Susipe

Produtores de suínos do Rio Grande do Sul se planejam para não passar novamente pela crise do milho que aumentou o custo da atividade no passado. Na temporada atual, o cenário previsto pelo setor está bem mais otimista em relação ao abastecimento, que em 2016 chegou a causar prejuízos que passaram de R$ 200 por animal.

“Nós produzimos suínos a R$ 3 o quilo, enquanto o custo de produção chegou a atingir R$ 5 por quilo, quando o milho atingiu a casa de R$ 60 por saca. Era totalmente inviável”, disse o produtor rural Ilânio Johner.

Após o susto de 2016, o produtor se organizou para evitar o preço alto ou até a falta do grão. Pagou R$ 26 pela saca e fez estoque na propriedade, que já tem 60 toneladas armazenados, além dos 20 hectares de milho plantados. “Estamos com um estoque de aproximadamente 45 dias e precisamos comprar mais um volume para os outros 45 dias, pois em 90 dias já teremos o milho de produção própria”, contou.

Para o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdecir Folador, essa é uma boa alternativa. “Aquele produtor que tiver capital de giro para poder estocar e também que tenha capacidade de armazenagem para isso terá vantagem sobre o período do ano que o milho apresenta preços maiores”, falou.

O Rio Grande do Sul plantou uma área de milho 10% menor esse ano, o que pode se tornar uma preocupação, já que se a oferta do grão diminuir será preciso trazer milho de outros estados. “O milho pode ficar de 10% a 15% mais caro vindo do Centro-Oeste, principalmente por causa da logística”, disse Folador.

Mesmo com o preço do milho subindo, tudo indica um cenário mais otimista em 2017 e 2018. “Eu não acredito que ele tenha muita força pra subir, porque nós teremos um excelente estoque de passagem do ano e as exportações foram menores do que se previam. Creio que até a entrada da safra, em janeiro, o milho se conserve entre R$ 31 e R$ 34 a saca a nível de granja de fábrica de ração dos suinocultores”, relatou.