Entenda o que está em jogo no anúncio de embargo da Rússia para carnes brasileiras

De acordo ABPA, a Rússia não recebeu nenhum lote de carne suína com o promotor de crescimento ractopamina. Para a entidade, eles aproveitaram a época do ano em que diminuiu a movimentação nos portos do país para pressionar o Brasil

Fonte: Canal Rural

A Rússia anunciou que vai embargar a carne suína e bovina do Brasil a partir de 1º de dezembro, que seria motivada pela a detecção de estimulantes de crescimento na carne. No entanto, representantes da cadeia produtiva alegam que a Rússia quer pressionar o Brasil a importar produtos como trigo.

Para tentar resolver o impasse, técnicos do Ministério da Agricultura entraram em contato com o serviço de vigilância fitossanitária da Rússia. O país europeu ficou de mandar laudos de inspeção que atestam a presença de ractopamina na carne  suína Brasileira.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Rússia não recebeu nenhum lote de Carne Suína com o promotor de crescimento ractopamina que é proibida pelos Russos, mas permitidos em outros países. Para a entidade, a Rússia aproveitou a época do ano em que diminuiu a movimentação nos portos do país para pressionar o Brasil.

“No início do mês que vem, não vai entrar mais carga nenhuma. Os portos russos congelam e só reabre no final de janeiro. Neste período, não havendo importação, é o período para dar recado. Falei longamente com o Ministro Blairo e ele apenas me perguntou se eu tinha absoluta certeza de que as empresas não usaram ractopamina e eu tenho certeza absoluta que não usaram”, disse o presidente da ABPA, Francisco Turra.

Proibir a importação de carne suína e bovina do Brasil seria uma resposta dos russos a uma pendência comercial entre os países. “Desde  agosto, nós recebíamos informações de alguns ruídos da Rússia e dos importadores russos nos avisando sobre a possibilidade de o governo tomar alguma medida em represália na demora da liberação do trigo  ou do peixe, que deveria ser credenciado pelo Brasil. Toda a leitura que a gente faz é que reataremos em breve, mas fica a lição de não brincar na relação internacional. Na medida que você tem um obrigação de ter uma contrapartida, você tem que fazer”, disse Turra.