Etapa do Programa Safiras avalia 2 mil fêmeas da raça Senepol

Testes são certificados pelo programa de melhoramento genético da Embrapa gado de corte

Fonte: Fazenda Senepol Paraíso/divulgação

Com avaliações que buscam descobrir características de impacto econômico para a pecuária de corte brasileira, o programa Safiras, que avalia e qualifica fêmeas da raça Senepol, terminou a 14ª edição nos dias 11 e 12 de março. São mais de 2,2 mil fêmeas avaliadas desde 2009, atendendo a necessidade de melhoramento da raça pra quem está no mercado.

Nos dias 11 e 12 de março, na câmara municipal de Pirajuí, no interior de São Paulo, pecuaristas esperavam ansiosos pela divulgação do ranking do Programa Safiras. 370 animais foram divididos em dois grupos. Destaque para o produtor Deizinho Bellodi, que foi o único a ter animais no Top 3 dos dois grupos. Um deles em primeiro lugar. 

“Fiquei ansioso para saber o resultado. Fazemos um trabalho de cinco anos e é importante estar entre os primeiros. O nosso animal que ganhou é filha de um animal que foi campeã do Safiras”, conta. 

O processo de avaliação é extenso durante 150 dias. Reprodução, carcaça, peso, consumo alimentar são alguns dos critérios analisados. “As características com mais peso são: consumo alimentar residual, que é uma característica ligada à eficiência do alimento, ganho de peso durante a prova e um escore de população folicular”, conta o pesquisador da Embrapa, Gilberto Menezes. 

Os testes são certificados pela Embrapa por meio de um programa de melhoramento genético de gado de corte, o Geneplus. 

“Fazemos ajustes para a idade, principalmente para combinar as características em um índice que é usado para o ranking final dos animais”, explica Menezes. 

O curioso é que uma das principais avaliações é realizada de forma bem discreta. Nos cochos, os animais são pesados eletronicamente e o consumo de água e alimento também é mensurado.

As 370 novilhas que participaram desta edição foram pesadas mais de 350 vezes individualmente sem que nem percebessem e avaliadas pela eficiência alimentar. O processo é complexo. Toda vez que o animal vai beber água, ele sobe em uma plataforma que fica em frente ao bebedouro. Assim, ele se “autopesa” cerca de seis vezes ao dia. Em seguida, ele é levado ao curral, menos estresse, menos manejo, menos riscos. 

“A eficiência alimentar atualmente é sem dúvida uma característica importante a serem selecionados os animais. Então, precisamos de um animal eficiente, aquele que engorde comendo menos, economizando o alimento”, aponta o assessor pecuário Junior Fernandes. 

Para as próximas edições, o programa deve contar com mais novidades. Pesquisadores vão buscar informações sobre cada animal por meio de DNA. 

“O animal que não é medido, que não passa por esse sistema, você vai poder testar o DNA dele, saber como ele é, perante aqueles que passaram por aqui e tiveram seu genoma atualizado. Então, é uma ferramenta nova, uma perspectiva nova e tem que ser usada com bastante cuidado para trazer o que promete, que é otimizar e acelerar o processo de seleção dos melhores animais”, completa o pesquisador da Unesp de Araçatuba, Fernando Garcia.