Fertilizantes: veja como está a relação de troca com a arroba e saiba quando comprar

Melhores oportunidades de compra do insumo devem ocorrer em dezembro, dizem analistas

Fonte: Divulgação/Famasul

A volta das chuvas coincide com a melhora na relação de troca entre arroba do boi gordo e os fertilizantes. De acordo com analistas de mercado, as melhores oportunidades de compra de adubos vão ocorrer em dezembro. A estratégia mais adequada no momento seria aproveitar a recuperação nos preços do boi para aquisição de animais de reposição.

Em 2016, foram comercializadas cerca de 34 milhões de toneladas de fertilizantes no Brasil. Para este ano, a Scot Consultoria projeta redução de 500 mil toneladas no volume total negociado. O aumento na taxa de juros e a queda nos preços das principais commodities devem reduzir a demanda por adubos, na opinião de analista Rafael Ribeiro, da Scot.

Segundo ele, os dados de janeiro a agosto deste ano indicam um incremento de 0,5% no volume entregue ao consumidor final. “Mas nós acreditamos que estes últimos trimestres vão ser de movimentação menor, em comparação com o ano passado. Tivemos no ano passado muita gente antecipando as compras e agora isso não deve acontecer”, diz Ribeiro.

Apesar da demanda mais fraca, os preços dos adubos caíram 4,2% neste ano. A relação de troca entre a arroba do boi gordo e os fertilizantes melhorou 11% no começo do segundo semestre. Em julho, eram necessárias 9,4 arrobas para a compra de uma tonelada de ureia; em agosto, a proporção reduziu para 8,4 arrobas. 

Ribeiro imagina que a situação vá ficar ainda melhor no fim do ano. “Acreditamos em uma retomada da pressão de baixa em função dos estoques maiores, com promoções e ofertas no final do ano, para as indústrias tentarem escoar de alguma maneira esse excesso”, afirma.

A melhor estratégia para o momento seria a de aproveitar a alta nos preços do boi gordo para a compra de animais de reposição, dizem os especialistas. A relação de troca entra a quantidade de arrobas necessárias para a compra de um bezerro é uma das melhores dos últimos quatro anos.

O analista Alex Lopes, também da Scot Consultoria, afirma que o bezerro comprado em 2015 vai custar para o pecuarista, em média, R$ 84 por arroba produzida. “Já neste ano, a média do bezerro é R$ 1.160; o custo da arroba cai para R$ 65, então eu tenho uma redução na compra de arrobas de 25%”, calcula.

Os especialistas do setor pecuário ressaltam a necessidade de intensificar o uso de adubos em pastagens para aumentar a eficiência dos sistemas de criação. De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), menos de 2% do volume total de fertilizantes negociados no país é destinado a pastagens.

O diretor técnico da TechFertil, José Francisco da Cunha, afirma que poucas empresas pecuárias se esforçam para ampliar o contato e à assistência aos criadores. “Existe diferença de tecnologia grande entre pecuaristas. Tem fazendas com nível tecnológico elevado, que desfrutam dos benefícios dos fertilizantes e outras que exploram o que o solo oferece sem produtividade”, diz.