Leite: novo sistema de produção promete reduzir custos

Custo para implantação do projeto chega a R$ 6 mil por animal e pode ser até 40% mais barato em relação a outros sistemas 

Fonte: Canal Rural

Produtores de leite de Minas Gerais estão investindo em um novo sistema de produção para aumentar a eficiência alimentar das fêmeas. Utilizado em países como Estados Unidos e Israel, o composto de Barn ainda é novidade no Brasil.

Ao contrário do que ocorre nos modelos tradicionais de gado de leite confinado, o sistema permite que os animais se locomovam e fiquem mais confortáveis, além de reduzir a umidade do ar, que melhora a sanidade do rebanho.

“A umidade facilita a proliferação bacteriana, que são patogênicas para o úbere e para o casco da vaca, e pode causar problemas de mastite – um dos maiores gargalos produção de leite em climas tropicais”, explica o médico-veterinário Rafael Tavares Ribeiro.

O custo para implantação do projeto varia entre R$ 4 e R$ 6 mil por animal e pode ser até 40% mais barato que outros sistemas intensivos para gado de leite. Os animais ficam alojados em barracões ventilados e são divididos em lotes. O local é revestido com serragem e esterco compostado, o que garante maior conforto e aumenta a eficiência alimentar das vacas.

“A conversão média dos animais em produção na fazenda está em 1.45, ou seja, a vaca come um quilo de matéria seca para produzir 1.4 quilos de leite. O custo médio fechado deste mês está em R$ 0,52 por litro de leite, incluindo volumoso e concentrado”, destaca o consultor técnico Henrique Gomes.

Outra vantagem do sistema é que, após 12 meses, os dejetos dos animais podem ser utilizados como fertilizantes orgânicos, através do manejo de compostagem de cama. O produto pode ser utilizado na propriedade como adubo ou revendido ao mercado, o que ajuda a reduzir o custo de produção.

O composto de Barn começou a funcionar na fazenda de Jônadan Ma, em Jubaí (MG), há dois meses. O produtor rural mantém em seu plantel 300 vacas das raças holandês e girolando. A produção atual é de 8 mil litros de leite por dia, mas deve chegar a 12 mil até o fim do ano.

Ma afirma que passou a usar o sistema por considerar a terra como o item mais importante do seu negócio. Ele destina 35 hectares à pecuária e 3 mil à agricultura. “Assim, esses 35 hectares precisam ser altamente eficientes e produtivos para conseguir uma margem líquida por hectare que seja competitiva com a rentabilidade da soja, da cana e do milho”, diz o produtor.