Ração elimina problemas metabólicos em ovinos

Em pesquisa realizada por universidade do Triângulo Mineiro, grupo de animais é nutrido com concentrado que evita a ruminação

Fonte: Henrique Bighetti/Canal Rural

Uma pesquisa inédita realizada no Triângulo Mineiro vem testando um novo tipo de alimentação para ovinos que elimina a ruminação e qualquer problema metabólico. A intenção dos pesquisadores é descobrir o efeito de uma dieta sem silagem e volumosos, utilizando apenas uma ração especial.
São 24 carneiros jovens divididos em dois grupos. A diferença entre eles é uma só: a alimentação. Desde o dia 11 dezembro, com apenas 3 meses de vida metade dos animais se alimenta da tradicional mistura de concentrado e volumoso. Já a outra metade recebe uma dieta de 100% ração, com apenas fornecimento de concentrado.
“É uma dieta com grãos, mas ela tem uma molécula que é o que dá o diferencial. Ela permite que o animal consuma apenas concentrado e não tenha nenhum problema metabólico devido ao consumo da ração. A gente elimina questão de ruminação e acaba tendo uma consequência até para o meio ambiente” diz a zootecnista Bruna Hortolani, consultora de pesquisa.
O projeto começou com o estudante de zootecnia Luís Mendonça de Almeida. Ele enviou a proposta para uma empresa de nutrição animal. É a primeira vez que uma pesquisa com esse tipo de alimentação é realizada em ovinos no Brasil.
“No Nordeste principalmente há grandes criadores de ovinos e caprinos. Porém o que predomina lá é o sistema extensivo, que é a pasto. Com os estudos voltados à pesquisa com alimentos na produção, a gente vê que essa pode ser uma boa alternativa para encurtar o ciclo de produção com uma dieta 100% de concentrado, sem que traga algo de ruim para os animais”, afirma Almeida.
 Os estudos da universidade podem validar o produto para o mercado. Para isso é importante que ele também seja eficiente em diminuir o tempo até o abate. “Nós estamos minimizando em até quatro meses o abate dos animais”, diz João Machado Prata Junior, diretor financeiro das Faculdades Associadas de Uberaba.
Serão 42 dias de confinamento para que na reta final seja possível fazer a comparação entre os dois grupos. No início de fevereiro será realizado o abate técnico dos animais na universidade. Pesquisadores pretender avaliar as condições hepáticas e viscerais dos ovinos após o confinamento com o concentrado.
“Quando a gente fornece só concentrado, um dos questionamentos é esse, que traz problemas hepáticos no animal e queremos comprovar isso. Outra questão que a gente quer ver é a da carne, da aparência para o consumidor. E também fazer ultrassom para verificar a parte de rendimento final da carcaça”, diz Bruna Hortolani.