Ácaro da lichia atinge produção do interior de São Paulo

Praga deixa casca da fruta amarronzada, fazendo-a perder valor comercial

A produção de lichia no estado de São Paulo vem sendo afetada por um ácaro que deixa a fruta com a casca amarronzada. O sabor da lichia não se altera, mas ela perde valor comercial, apesar de ainda poder ser usada na produção de polpa.

A praga, que também deixa as folhas da planta enrugadas, apareceu pela primeira vez no país na cidade paulista de Limeira em 2008 e se espalhou pelo Brasil. Isso porque o ácaro é facilmente levado de uma planta para outra, através do vento, de pássaros e de abelhas, na época de polinização.

De acordo com o produtor e engenheiro agrônomo Eduardo Vianna Cotrim, que mantém 1,5 mil pés de lichia em seu sítio em Tremembé (SP), as folhas da planta ficam enrugadas por causa de uma toxina liberada pela praga. 

“No dorso da folha, o ácaro mantém simbiose com uma alga, e fica protegido ali, em colônia. Na época da emissão de folhas novas ou do pendão floral, acontecem as migrações do ácaro na planta”, afirma.

Para amenizar o problema, a solução até então vem sendo manter o pomar baixo, fazendo podas e pulverizações regulares. Cotrim faz o controle do ácaro com aplicações quinzenais nos períodos em que ocorre a emissão de flores. “Só não pode pulverizar em época de chuva”, ressalva. O produtor também indica a pulverização com calda sulfocálcica em agosto.

Mercado

De origem chinesa, a lichia caiu no gosto do brasileiro ao longo dos últimos anos. Em 2016, foram comercializadas mais de 2 mil toneladas da fruta através da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), principal centro de distribuição de alimentos do país.

Segundo o economista da Ceagesp, Flávio Godas, vários fatores têm impulsionado a produção e a comercialização. “A procura tem aumentado, mais consumidores têm tido acesso à lichia e o preço caiu anualmente”, diz.