Leite: veja como manter alta produção no inverno

Pecuarista de São Paulo revela dicas de manejo, sanidade e nutrição para não haver redução de índices produtivos

Fonte: Henrique Bighetti/Canal Rural

Com a chegada do inverno, produtores de leite devem redobrar a atenção com o rebanho. Este é o momento em que é preciso rever o manejo, oferecer suplementação nutricional ao gado e ficar de olho na sanidade dos animais para não haver redução dos índices produtivos. 

O pecuarista Pedro Gioto, de Itapetininga (SP), por exemplo, adota uma estratégia específica para esta época do ano em sua propriedade. Ele lembra que, neste período, a qualidade da pastagem diminui, por causa do frio e da estiagem. Em consequência, diminui a quantidade de leite produzida por vaca. “Por isso, nós usamos a cana como suprimento no inverno, juntamente com a cevada”, diz.

O médico veterinário Marcelo Ament Giuliani afirma que o inverno reduz o metabolismo das plantas, o que diminui o suporte da pastagem. Assim, na propriedade de Gioto, onde o produtor conseguia manter 10 animais no verão, só é possível colocar cinco ou seis cabeças no inverno. “A qualidade do capim é um pouquinho menor (no inverno), mas o que pega mesmo é a menor produção de volumoso”, diz Giuliani.

Para obter leite de qualidade no período de entressafra, é necessário que o produtor tenha conhecimento dos três principais pilares para uma boa produção: manejo, sanidade e nutrição. Sem eles, não há como sustentar a atividade leiteira. A fazenda de Pedro Gioto é exemplar nessa integração.

De acordo com o veterinário que atende a propriedade, o pasto é dividido em 32 piquetes, que têm manejo rotacionado. Dessa forma, diz, o gado está sempre recebendo capim no ponto ideal de qualidade, o que se reflete em produção leiteira. 

Na hora da ordenha, conta Giuliani, as vacas recebem ração no cocho como um suplemento proteico, já que, no inverno, o capim não oferece energia em quantidade suficiente. “Junto com isso, também é feito o fornecimento forçado de minerais, como cálcio, fósforo, magnésio e selênio”, afirma.

A sanidade do rebanho é controlada com programas de vacinação e tratamentos homeopáticos. O veterinário conta que o esquema adotado na propriedade de Gioto é superior ao que a lei obriga. “O estado exige só (vacinas contra) aftosa e brucelose, mas aqui ele faz aplicação para doenças a mais para garantir a sanidade do rebanho”. Segundo Giuliani, o investimento em vacinas compensa economicamente.

“Uma coisa que a gente tem que lembrar é que, como aqui os animais têm um bom manejo nutricional, eles ficam menos doentes, e isso ajuda também”, diz Marcelo Ament Giuliani.