Leite: entidades pedem mudança no Riispoa sobre temperatura

Indústrias relatam dificuldade em manter produto para conservação e estocagem a 4°C

Fonte: Governo RS

Representantes da cadeia láctea do Brasil entregaram na quarta-feira, dia 26, ao diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, um ofício relatando as dificuldades das indústrias em se adequarem às exigências do novo Regulamento e Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), que está em vigor desde março de 2017.
 
Conforme nota do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), a principal dificuldade é a exigência de manter a temperatura do leite na indústria em 4°C. “Com base na realidade do setor, as entidades sugerem que a temperatura determinada para conservação e estocagem do leite passe a ser de 6ºC”, diz a nota. 
 
Além do Sindilat-RS, os sindicatos dos estados de Mato Grosso, Alagoas, Mato Grosso do Sul e Ceará assinam o ofício. 
 
De acordo com o ofício, existem trabalhos publicados no Brasil e também no exterior que mostram que a manutenção do leite a 6ºC por 48 horas não altera as contagens de psicrotróficos (micro-organismos) quando comparados a 4ºC.
 
O Sindilat-RS informa ainda que as fábricas de leite foram dimensionadas para atender às regras da Instrução Normativa 62 (IN 62), que prevê o resfriamento do leite a 4ºC sem a necessidade de manter a essa temperatura.
 
“A forte demanda na aquisição de equipamentos para o frio para atender a um mercado formado por cerca de 3 mil fábricas; o alto valor do investimento em equipamentos em um período de queda significativa do consumo; o aumento do fluxo de entrega do produto, associado às altas temperaturas externas que impedem a manutenção da temperatura exigida; além da escassa oferta energética, dependendo da região onde o laticínio está localizado”, dificultariam a adoção da exigência, diz a entidade.