Leite: preço ao produtor sobe 13% em julho e 30,7% em 12 meses

Valor médio incluindo frete e impostos foi de R$ 1,4994 por litro, segundo levantamento do Cepea. Perspectiva é que alta permaneça em agosto

Fonte: Humberto Nicoline/Embrapa

A menor oferta de leite neste ano fez o preço ao produtor subir 12,9% em julho ante junho e 30,7% em relação ao mesmo mês de 2015. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o valor médio bruto pago ao produtor (incluindo frete e impostos) foi de R$ 1,4994/litro. O resultado considera o volume captado nos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia. A perspectiva para agosto é de que os preços continuem subindo.

Segundo o Cepea, em junho houve um ligeiro aumento da captação pelas indústrias. De acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea), o volume comprado pelos laticínios cresceu 1,42% em junho, sendo impulsionado especialmente pela produção do Sul do Brasil. Nessa região, produtores forneceram, em média, 5,9% a mais de leite no comparativo com o mês anterior. De acordo com o Cepea, mesmo com as geadas que prejudicaram algumas bacias leiteiras, as forragens de inverno deram o suporte necessário para a alimentação dos animais.

Derivados

O leite UHT no mercado atacadista do estado de São Paulo caiu 6,4% na última semana de julho, mas no acumulado do ano se valorizou 73,2%, para R$ 4,0003 por litro, patamar recorde. Segundo o Cepea, a desvalorização da semana passada pode indicar que o preço do UHT já teria atingido um pico e que a média de agosto pode se enfraquecer. O queijo mussarela registrou alta mensal de 17,3% (ou de R$ 3,16 /kg), a R$ 21,47/kg em julho – também novo recorde da série do Cepea.

“Grande parte dos atacadistas consultados pelo Cepea alega que o preço do UHT já teria atingido um limite de aceite por parte do consumidor final. A oferta de matéria-prima, no entanto, está limitada, obrigando indústrias a reduzirem os valores do derivado mais consumido no país e repassar o aumento a outros produtos de menor liquidez”, destaca o centro de pesquisas em relatório distribuído nesta segunda-feira, dia 1º.