Mais Milho: setor debate como agregar valor ao grão

O ministro Blairo Maggi assinalou que a produção de etanol de milho possa ser uma alternativa para escoar a safra

Fonte: Divulgação/Pixabay

O projeto mais milho reuniu produtores rurais em Castro, no Paraná, nesta quinta, 1, para debater as alternativas para agregar valor ao grão em um ano de excesso de oferta. Segundo o ministro Blairo Maggi, que também participou do encontro, uma das soluções para os produtores rurais é o programa de produção de etanol de milho.

“Nós do Centro-Oeste estamos olhando com muito carinho a questão do etanol. Nós vimos os Estados Unidos se transformar em poucos anos no maior produtor de etanol, fazendo frente ao Brasil, que tradicionalmente sempre foi o maior produtor. Eu não quero criticar nem um modelo nem outro e sim estimular aqueles que nos escutam, pois nós temos de buscar alternativas para o milho que nós temos”, disse o ministro.

Representantes de multinacionais que participaram do evento acreditam e já investem nesta tecnologia. “Temos investimentos na área de etanol de cana-de-açúcar e a gente enxergou uma oportunidade muito interessante de combinar a produção de etanol de milho e de cana durante a entressafra da cana. Com isso, quando tivermos uma menor ou nenhuma produção de etanol de cana, podemos utilizar as instalações da usina para produzir etanol de milho. É uma combinação bastante interessante nesse processo de produção de etanol”, disse o diretor da Cargill Laerte Moraes.

“Se não usar esse milho em combustível ou transforma em outra coisa, não teremos onde vender ou colocar. Talvez faltem alimentos no mundo, mas o mundo não tem dinheiro pra comprar e o Brasil não vai produzir e subsidiar esse milho pra outros lugares”, alertou Maggi

O fórum também abordou a questão da importação de milho e o ministro foi questionado sobre a falta de uma política de precificação do produto. “Na teoria, é tudo muito fácil de fazer e deveria ser feito, mas o Brasil não tem recursos suficientes pra bancar esse tipo de situação. O correto é quando os preços estiverem muito baixos, o governo entrar comprando e, quando os preços estiverem muito altos, o governo entrar vendendo pra equilibrar os preços e foi o que nós fizemos no ano passado quando houve uma quebra muito grande na produção de milho e de soja também”, falou.