Arroz: sem El Niño, preço deve cair na safra 2016/2017

Consultoria Safras & Mercado descarta continuidade do fenômeno climático e prevê normalização da produtividade da cultura

Fonte: Paulo Lanzetta/Embrapa

Depois de atingirem patamares recordes, os preços do arroz no Rio Grande do Sul devem cair na próxima safra, caso seja confirmada a influência do fenômeno La Niña. A consultoria Safras & Mercado descarta a chance de uma continuidade do El Niño e projeta para a próxima safra um aumento na produtividade do cereal.

O analista de mercado Élcio Bento explica que, historicamente, o El Niño traz muitas chuvas para as áreas produtoras do Sul do país e, como aconteceu nesta safra, a produção de arroz teve uma queda acentuada, com consequente aumento nos preços. “Para o próximo ano, a tendência é de neutralidade climática; dessa forma, esperamos que a produtividade do arroz volte ao normal”, afirma ele.

Área

A Safras & Mercado divulgou seu primeiro relatório de intenção de plantio, em que projeta um aumento de 5% na área de arroz para o Rio Grande do Sul. De acordo com Bento, o incremento é apenas uma recomposição frente às perdas ocasionadas pelo clima nas lavouras da última safra. É esperado um potencial produtivo de 8,55 milhões de toneladas na safra 2016/2017, alta de 16% na comparação com a temporada anterior.

O analista explica que esta previsão de área só não foi maior por causa dos problemas financeiros dos produtores. “Os principais motivos que contêm o ânimo dos agricultores neste momento são o endividamento, as dificuldades no acesso ao crédito, perdas que muitos amargaram e o aumento do custo de produção”, explica.

Preços

Com a safra voltando à normalidade, a tendência é de que os preços fiquem abaixo dos atuais. “Nós não teremos mais necessidade de comprar arroz do Mercosul e este era o motivo dos preços do cereal estarem acima dos R$ 50. Se o potencial produtivo da safra melhorar, os preços vão ficar abaixo dos atuais. Teremos a saca valendo mais que R$ 40, mas acima dos patamares atuais vai ser difícil chegar”, afirma Élcio Bento.